E tem mais...

(...)

Um monte de coisa misturada..

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Sombria

Quando eu acordo no frio não tenho vontade de acordar. Eu adoro dormir, mas adoro acordar. Uso muitos: "adoro", "amo", "sou apaixonada", poucas vezes penso no "apenas tolero", "até gosto", pra mim tudo é grande, voraz, faminto. Sinto falta de mim mesma nos meus dias. Eu amo as pessoas, minha família, mas eles também me irritam. Eu me irrito ainda mais com quem eu amo. Eu sou mais doce com que não me interessa. Eu invejo a quem desprezo. Eu torço pelo fim, eu amo a vida, amo a mim, mas por vezes penso não ligar para a minha morte, até penso quere-la, enfim. Tenho extremo amor e empatia pelas pessoas na rua, pelas pessoas em casa, mas as enxergo em sua mediocridade, ou simplesmente invento tal mediocridade para sentir-me superior a elas, superior a alguém. Outras vezes fico certa da minha sabedoria, por alguns instantes. Eu muitas vezes desprezo, não sinto compaixão, muito menos sensibilidade quando devo sentir. O "dever" da moral, da ética humana, da ética que aprendi logo no berço, da ética cristã. Mas mesmo assim continuo. Continuo a atrair amor, sensibilidade, compaixão e carinho. Sinto-me insegura e muitas vezes infeliz. Daquela infelicidade que não devia estar lá por que sem sentido. "Sem" em relação ao Brasil, para a moral da metrópole, sem sentido nenhum.
Sinto-me presa em minhas próprias escolhas, cansada de correr, de fazer-me de vítima, de não ganhar dinheiro, de odiar dinheiro, e muito mais sua necessidade imortal. Eu sorrio facilmente durante o meu dia. Não retruco e por muitas vezes odeio minha natureza. Dentro de mim guardo coisas horrorosas.
Minha mania é ficar sozinha e sentir remorso por querer isso, para então odiar a solidão e o porquê dela.

Aufwiedersehen!