E tem mais...

(...)

Um monte de coisa misturada..

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Sobre a feminilidade

Tem uma coisa muito louca e que atravessa gerações, conceitos, vidas, sonhos e relacionamentos: a noção do que é ser mulher/menina/feminina. 
Eu lá não sou muito fã do prefeito eleito de São Paulo, mas ele conseguiu, infelizmente, resumir o pensamento de uma galera no artigo abaixo:


Sim, o feminino é ligado à delicadeza, sensibilidade, carisma e tchan tchan tchannnnnnn: beleza.
Isso parece pouco, mas se levarmos ao pé da letra o que é ensinado às meninas sobre o como ser mulher, entramos em terrenos super complexos de autonomia, liberdade e espaço. A parte da beleza e do carisma vêm da noção de que mulheres são literalmente enfeites, digo literalmente por que mulheres são objetificadas a todo momento, vide abaixo.

                                            

Falar sobre as mancadas da publicidade merece outro post, queria dar um exemplo sobre um dia no ano passado que estava meio gripada, no frio, espirrei e...


Pesado? Nojento? Agora, imagina só se seu tio Betão, ou seu amigo Zé postassem exatamente o mesmo texto, aí a coisa seria super engraçadona né?
Eu sempre tive um caráter meio escrachado, gosto de falar besteira, jogar a conversa na lixeira e extravasar um pouco do que a vida adulta nos tira dessa liberdade de ser. Eu sei que têm coisas que não devemos e nem podemos falar em determinados ambientes, mas a timeline é minha :p
Existem casos e casos, mas a questão aqui é meu gênero. Isso é coisa de menina dizer? 

Desde muito novas entendemos como verdade o "fato" de sermos frágeis, que não podemos peidar, arrotar, etc...isso vai até a interpretação de que não podemos ter cheiro, a nossa menstruação nas propagandas é azul pelo amor de Deus!!

Então, além de sermos enfeites bonitos, simpáticos e sem cheiro, precisamos nos "poupar" de esforços. Eu lembro uma vez em que estávamos em um sítio, eu devia ter uns 12 anos, e os meninos foram fazer uma "aventura" na mata, eu pedi pra ir junto, mas claro, não eram permitidas meninas. Eu senti aquilo como um desafio e os segui até começar uma chuva torrencial e me perder no meio do mato. Ainda bem que aquela situação não me traumatizou e dali pra frente foram atitudes atrás de outras atitudes pra fazer exatamente o que eu pudesse querer fazer APESAR de ser menina. Hoje eu sei que essa coisa de "mulherzinha"é maravilhosa e que existe a possibilidade de subverter essa ideia como nessa campanha fantástica #likeagirl

Pra terminar, por que com essa nova onda de empoderamento feminino e a atenção que os grandes meios de comunicação e arte têm dado ao tema é muito engraçado ver o posicionamento dos homens  - muitos deles não aceitam nada bem - a ponto de reclamarem dizendo que o remake de Mad Max foi muito feminista por mostrar mulheres fortes e na luta, especialmente essa maravilhosa Furiosa S2 (rs rs rs).

No mais, é isso mesmo, estamos só começando a transpor essas barreiras do que é feminino e por que não, do que é masculino (num mundo superior e evoluído os gêneros nem existem), e é importante não esquecer de se auto desafiar e quebrar esses limites tão ruins pro nosso crescimento como ser humano.

Bom fim de semana, meninos, meninos, monas!

Aufwiedersehen!!