E tem mais...

(...)

Um monte de coisa misturada..

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Figuras...

Ontém começamos um novo tema dentro do curso de criação literária, a poesia. Nunca fui muito afeita a ler poemas, ou escrevê-los, mas ouvindo à introdução do professor a respeito dessa arte, não pude deixar de pensar no efeito que esses princípios podem ter na minha vida real. Lembrei-me de minhas aulas de literatura, de quando aprendíamos sobre comparação e metáfora, as figuras de linguagem, hipérbole, o eufemismo, tudo muito presente. Pensei na diferenciação de comparação e metáfora, a professora costumava dizer: "em comparação você usa o 'como', 'Essa mulher é bela como uma flor', a metáfora deixa isso implícito, sem o 'como'". Lula usa muito, e conquistou multidões por causa do alcance do seu carisma (não se pode negar), mas também por esse discurso ilustrativo que é a metáfora (sou contra o Lula, para deixar claro). Todo esse poder de tornar palpável o que se quer falar, sem conscientemente querer falar, essa luta entre o objetivo e o abstrato. Pensei que quem conseguisse dominar os poderes da metáfora, bem podia dominar o mundo. Pensei mais um pouco em uma piscina semi olímpica de 25 metros, que ao nadar mais rápido acabo não sentindo tanto cansaço e dor imediatos, que ao limpar meus óculos consigo enxergar melhor, mas eles logo ficam embaçados novamente...que mesmo cansada, eu preciso seguir nadando até completar o que a professora pediu que eu fizesse e que isso no final valeria a pena. Tudo isso eu pensei nadando...

Aufwiedersehen!!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Balzac, chiclete, massa e roupa

Comecei meu curso de Criação literária, e tem sido um desafio "estimulante" toda segunda e quarta conseguir chegar com menos de uma hora de atraso. Minha pálpebra tem pulado muito, com espasmos contínuos que vêm e voltam, acredito que por esse stress da metrópole, de estudar, trabalhar, e fazer esportes...vou aos poucos até dominar todas essas atividades. O primeiro exercício do curso se consistia em um desprendimento do escrever, um exercício bem interessante de concentração. Partia com uma música, duas músicas, às quais deveríamos escrever a letra, e aos poucos irmos nos desprendendo delas, para assim escrever o que viesse à nossa cabeça. O escrever pra mim, muito menos que um tipo de arte ao qual almejo, sempre foi uma necessidade latente. É o modo que eu encontrei para me expressar mais profundamente. Nesse jeito meio Brainstorming de escrever, acabo chegando a certos recônditos aos quais não teria acesso se não fosse pela escrita..uma aventura diferente, e que por vezes me dá um certo medo. Eis o que saiu dessa primeira excursão mais séria:

Como será que Balzac escrevia...
Ele tomava muito café,
minha cabeça dói, é fome.
Vou jogar fora meu chiclete.

Chiclete que faz mal pra digestão.
Chiclete ao invés de escovar.
Chiclete pra beijar o menino,
chiclete que ele tirou no beijo,
a primeira coisa a tirar.
Chiclete dado pro amigo,
de hortelã, chocolate, ou de ontém.
Apenas chiclete, quem sabe convite.

A massa é uniforme.
O cara ficou burro, a mulher pior ainda.
Ninguém se diferencia, e se um esbraveja,
já se foi, tudo sequência, vira holocausto.
Se sai da massa vira monge.
Monge não come nada, e aí...
não vale a Pena, a Vida.

A roupa que te veste
não é a roupa que você compra.
Você veste a roupa que te colocam
até o momento em que você ama,
ai você rouba a roupa do corpo do outro
e depois nem lembra como é ficar pelado.

Eu quero jogar fora meu chiclete,
tirar a roupa do dia todo,
a roupa que me colocaram.
Quero comer quiném gente
dentro da minha casa estragada de antes,
minha comida feita pra mim.
Um amor sempre cai bem,
mas hoje fico feliz só,
minhas idéias só mais um chá de abacaxi,
como eu amo abacaxi!
Já que eu não amo mais ninguém...
Por que amar, de verdade mesmo,
só se ama a si mesmo,
e se não assume que ama,
ai finge amar a toda gente e ao mundo,
e tropeça, e ama errado, por que não assume.
Não assume que é humano.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Passou e eu nem vi...

Hoje faz um ano que eu voltei da Alemanha, da minha grande aventura pelo mundo (Europa no caso), meu mergulho mais profundo dentro de mim mesma, o grande teste de sobrevivência (com casa, comida e roupa lavada, mas mesmo assim um teste vai...), e enfim, a viagem que marca um ponto na grande (espero..), jornada que será minha vida. Tal qual a Revolução Francesa para a linha histórica mundial, eu tive a minha pequena revolução alemã, mas especificamente minha revolução bávara (estado que me acolheu, lá no sul, do lado da Austria, durante quase um ano...três meses estive um pouquinho mais pro sudeste, em Baden-Würtemberg). Nesse um ano depois do meu retorno, consegui realizar o sonho que eu nutri lá no velho continente...ironicamente, voltar para o Brasil. Lógico, queria voltar falando alguma coisa de alemão e com boas histórias pra contar. Conheci bem a Alemanha de sul a norte (nessa ordem), um pouco da subestimada Austria, mais um bom bocado do norte da Italia até a hors concours cidade de Roma. Teve também a Holanda e a personificação da Netherland na capital Amsterdã, a fria (no final de Dezembro), Praga, Dublin e os milhares brasileiros que ali vivem, os clássicos Londres e a fog permanente, Paris a cidade que deve ser vista a noite, e pra fechar a tão familiar para nós povos do Sol, Espanha. Nada mal...Passou esse ano, aqui no Brasil, em uma nova aventura na maior cidade do país (o que no final me pareceu um tiquinho mais simples), eu sonhei muito com a Alemanha, com a vidinha pacata que eu levava, com aquela neve insuportável, com o constante maravilhamento, natural em uma viagem como a que eu fiz, torci pelos chucrutis na Copa do Mundo, depois do Brasil claro, suspirei pelos alemães (não se pode negar), e enfim, vivi aqui no Brasil, pensei comigo mesma, agora chega. Foi um ano inesquecível, mas chega a hora de pensar na próxima aventura.
Engraçado que mais do que conhecer todos esses paises, eu tive o tempo pra conhecer um pouco mais de mim mesma. Demora-se para aprender a conviver em paz de maneira solitária, estar sozinha, respirar, comer, sem aquela ansiedade da espera, apenas ser, ir, continuar, dependendo somente de você. Posso até dizer que como todo hábito, estar só vicia, ai vale ter cuidado com o individualismo burro.
E em uma dessas coincidências da vida, talvez nem tanto, inicio hoje uma nova etapa, tentar levar a sério essa coisa de escrever. Vou me aprofundar nas letras, viajar na poeira dos livros, tentar encaixar esse meu estilão meio despojado de ser a algum tipo de leitura que agregue e entretenha, tudo que eu procuro fazer nessa vida...essa coisa que eu entendi melhor lá naquele ano, quando podemos ser autênticos, mas na tentativa de conquistar alguma forma, método, bem àquela forma germânica. Disciplina não é cool, definitivamente, mas é o que eu preciso.

Aufwiedersehen!!