E tem mais...

(...)

Um monte de coisa misturada..

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Onde eu estava a um ano

Eu lancei um livro há um ano. Faz quase três meses que eu não escrevo nadinha, nem um rabisco sequer. Sinto falta de elaborar sentimentos no papel, acontece que tem muita coisa acontecendo comigo. O Sinceros Devaneios foi um projeto possível de ser executado por que eu tinha um horário flexível, na época eu estava há dois anos pulando de freela em freela, tendo que aprender a lidar com coisas novas, pessoas e situações novas. Tem gente que curte esse tipo de emoção. Eu sei que não sou essa pessoa. E é isso que tenho feito constantemente durante esses 365 dias, entrado em contato profundo comigo mesma, e aprendendo a aceitar o que eu não sou capaz de fazer, algo como uma limpeza no guarda-roupa das habilidades possíveis da vida.


Eu arrumei um emprego fixo e tenho vivido desafios inimagináveis desde então, mas a melhor parte de tudo, é que eu fiz bons amigos nesse último ano. Descobri nesse ano também, que eu amo ficar em casa, Netflix se tornou a minha maior companhia e eu me joguei sem olhar pra trás em série depois de série. Teve outra coisa nesse ano, eu me apaixonei, e tenho quase certeza que foi a primeira vez que eu vivi isso até o fim, sem correr ou pedir arrego ou inventar desculpas. Como na primeira vez que eu consegui ficar embaixo da água quando criança, dessa vez eu mergulhei bem fundo e entreguei o meu coração a outra pessoa - o que pode parecer brega, mas é bem isso que acontece, um pouco do seu controle vai embora e isso é assustador.

Acontece que ele precisava ir embora, seguir um sonho antigo por um ano longe de mim. Engraçado que pouco tempo atrás eu fugiria dessa briga, eu entregaria a sorte pro mundo e diria boa sorte pra ele, diria como foi maravilhoso te-lo conhecido e esperaria o seu retorno acreditando que daria certo. Só que eu já sei que nessa vida não podemos entender como garantidas as coisas maravilhosas que encontramos, por que isso simplesmente não acontece sempre. Aliás, isso é raro. E então, eu mais uma vez mergulhei sem voltar à superfície e entendi que por mais difícil que pudesse ser, apostar nesse sentimento era a única sábia a se fazer naquele momento. E eu fiz, e toda essa coisa de namoro a distância vale um outro texto que eu ainda ainda estou tentando entender, talvez por que ainda não chegou ao fim. Um spoiler, tem sido uma das coisas mais difíceis que eu já fiz na vida!

Tenho pensado muito sobre escolhas, prioridades. No meu trabalho eu normalmente não tenho o tempo ideal, muito menos a situação ideal, aliás, produzir filmes tem tudo a ver com o imprevisto. Todo projeto subsequente se baseia em tentar evitar o erro cometido anteriormente, mas sempre sobra algum que escapa, e então, durante um ano eu venho acrescentando erros a serem evitados na minha lista de tropeços.

Outra das minhas grandes descobertas, é que as vezes a nossa não ação funciona melhor do que a pró-atividade tantas vezes pregada. Ela demanda maturidade, atenção e muito equilíbrio, e ela só é possível quando prestamos atenção nas pessoas, por que nada depende só de nós, nem mesmo a nossa própria vida. Vale escolher também não sofrer, não reclamar, muito menos falar mal dos outros. Não é questão de ser "bonzinho", é questão de energia, e tem a ver com a linha dos acontecimentos da vida, que são como uma maré, que segue um fluxo próprio. Nossos desejos podem ou não estar nesse fluxo, cabe a nós entender e comemorar quando sim, e deixar ir quando eles não estão na direção da maré. E é impressionante, ela, a maré, sempre trás de volta algo muito mais apropriado do que havíamos sonhado antes. Que 2016 nos trate todos bem.

Aufwiedersehen!!