E tem mais...

(...)

Um monte de coisa misturada..

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

O corpo

Queria desligar a cabeça


Pra pode sentir o que eu sinto com o corpo


Pra ter claro que o que o corpo quer é o que ele precisa


Em uma revolução social vou descobrir que a cabeça é tapada e que a nova tendência do verão é seguir o que o corpo quer


O corpo não é bom por que agradável e ingênuo


O corpo é bom pra sobreviver bem e melhor

Um modelo à prova de decepção

A primeira vez que eu me senti realmente adulta e livre das fantasias infantis foi quando eu percebi que eu ia amar as pessoas e que elas iriam, invariavelmente me decepcionar. Eu tenho me decepcionado, e como na vida temos que nos adaptar, eu fui entendendo que a decepção não é o fim. Eu criei personagens e situações ideais na minha cabeça e até muito pouco tempo atrás eu mantinha essa fantasia. Fantasia, uma palavra que quando aparece já se torna inexistente. Já se afirma inexistente. Eu percebi que da decepção se gera um conhecimento profundo do ser humano que é imperfeito, da mesma forma que o tombo nos ensina a não cair. Eu falo de decepção ironicamente para falar de uma das pessoas que eu mais admiro, minha amiga de infância, de sonhos, de aventuras, minha amiga a prova de decepção, a minha Bijon. Um ser humano puro que se emociona com a vida hoje aos 27 anos, como há 14 quando nos conhecemos na terceira série. Como não amar alguém assim? Com ela aprendi o que é ser companheira, por que ela sempre esteve lá por mim.  Com ela aprendi a amar alguém que não é da minha família, como tal. Então a Bijon é daquelas mulheres que passa pelo mundo sem fazer muito alarde, que sempre sempre ouve a sua historia para depois contar a dela. Que sente a felicidade do outro realmente como se fosse dela, assim como as tristezas. Há dois meses eu perdi minha vó, o amor da minha vida, e a Bijon me abraçou no velório, e no meio de tantos abraços eu senti o que é uma amizade perfeita, e que eu sou uma privilegiada.

Aufwiedersehen!

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Carta a uma menina de 15 anos

Oi menina, eu já fui o que você é hoje, então permita desculpar-me, oi moça. Você já não se sente como criança, apesar de ainda ser vista dessa forma. Ou seria o contrário? Seria você ainda uma garotinha como há poucos três anos atrás, que brincava de bola, e pulava no colo de adultos do sexo masculino sem restrição de comportamento? Seus sentimentos estão misturados, há essa fervurinha no estômago que vem e volta, ou seria um pouco mais abaixo do estômago talvez? Shhhhh...fique tranquila, você está segura nessa conversa, lembre-se, somos iguais, ou já fomos, ou ainda seremos. Eu sou você amanhã, para o bem ou para o mal. Você está perdida menina – permita-me continuar a chamá-la de menina, cá entre nós? Assim consigo afastar-me dos seus problemas atuais, tão próximos ainda dos meus, e salvá-la talvez, quem sabe? Eu sei que você é bonita. Queria que você soubesse disso também. Você deve gostar de roupas, de sapatos, ou de jogar bola e videogame, quem sabe? Você ainda está descobrindo o que realmente gosta, ou se já sabe, você tem muita sorte.
Os garotos, esses começam a ter uma importância tal, que te deixa de mãos atadas. Eles estão no momento mais apetitoso do que jamais serão, os garotos mais velhos, os de 18 anos, os universitários. Eles assemelham-se a deuses no Olimpo. Tão distantes. Shhh...não fantasie tanto com a vida menina, esse Olimpo ainda vai ser seu, se você quiser, lá você vai perceber que
pode andar ao lado deles. Ah...você não quer andar ao lado deles, você quer ser amada. Me desculpe menina, já superei esse desejo, ou finjo superá-lo todos os dias para poder ser objetiva. Falo de carreira, contas, investimentos, satisfação, reconhecimento, mas não entrarei mais nesse mérito. Hoje o assunto é você. Somos comparsas, eu já perdi muitas partidas, mas quero que você as compense começando direito, deve haver um jeito, um guia, uma fórmula para conseguir o que
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eu quero que você consiga: você deve amar a si mesma. Isso. É por esse amor que você deve lutar, ele é difícil de conseguir, você vai encontrar barreiras quase intransponíveis de insegurança, e a maldita, a desnecessária, o invento do diabo que é a comparação. Menina, olhe para as amigas que você tem hoje, junte-se a elas, observe-as de perto tentando manter certa distância- isso é possível. Perceba o tipo de mensagem que elas te passam, pequenos comentários, pequenos avisos, demonstrações de parceria. Cuidado menina, cuidado com as mulheres. Nós podemos ser perigosas. Nós nos auto-sabotamos, somos cruéis com as outras, para depois sermos cruéis com nós mesmas. Seja forte menina, reconheça a sua luz e não deixe que ninguém assopre a sua vela. Shhh....desculpe-me menina, desculpe te desanimar. Saiba que a tristeza vem, o desespero, mas que você não pode e nem deve fugir deles. Abrace-os, eles vão se acalmar para depois partir, deixando-a mais consciente, primeiro de uma forma ruim, depois de uma forma maravilhosa.
Você deve estar cheia de sonhos, a tão desejada independência se aproxima. Seus pais que você não suporta se provarão os melhores amigos do mundo. E eu vou ter que te dizer uma coisa, prepare-se, vai doer: sua mãe está certa.
Boa sorte menina. Que seu corpo através do cérebro que decodifica essa carta, apreenda algo e guarde para um momento oportuno. O seu
corpo está urgente agora e não vai conseguir processar tudo isso. Desculpe-me novamente menina, não é a hora, nem o momento de deixar a fantasia pra trás. 

Aufwiedersehen!

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

08.08.08

No último dia 08 de agosto, esse blog fez exatos 5 anos. Abaixo o post no redondo dia - 08.08.08
Notas: a garota que escreveu esse post acaba de completar 23 anos, é recém formada e está viajando para um ano de intercâmbio estudando e trabalhando como babá na Alemanha. Ela nem imagina tudo o que vai passar de ruim, todo o perrengue. A parte boa ela prevê e acerta quase em cheio. Ela tem muitos sonhos e se acha no direito de criticar coisas que ela mal conhece. Ela é ousada, eu a invejo. Ela usa reticências, exclamações e sua redação ainda tem muito o que melhorar. Confissão: eu às vezes sinto falta dessa garota.

POST 1

Bom...começo hoje, nesse dia ensolarado de inverno no Brasil a tentar passar para o computador um pouco do que se passa aqui nessa minha mente perturbada...espero que seja satisfatório ler sobre isso, espero que haja um pouco de humor,e quem sabe com a ajuda de Deus algo realmente profundo que valha a pena ser gravado na rede mundial...quem sabe!!!

Bom, eu nunca fiz isso, vou tentar um brainstorming!Ontem a noite eu tinha mil idéias enquanto eu delirava graças à providencial infecção alimentar que me acometeu na madrugada de domingo...não sei o que acontece comigo, mas sempre que eu vou dormir e fico pensando - por que durante a minha vida eu venho travando essa batalha para deixar minha mente ao alcance da minha cabeça, mas ela sempre insiste em voar para outras planícies menos povoadas de tempos em tempos - vêm à minha cabeça coisas interessantíssimas pra escrever, mas a minha preguiça muitas vezes é maior para levantar e pegar um caderninho..enfim, onde eu estava?

O que se fala no primeiro post de um blog, que diga-se de passagem eu espero grandes emoções...eu acho que daqui dos "sinceros devaneios", pode-se esperar a minha experiência estando fora do país, como eu posso e vou aprender no observar diário de outra cultura, e pricipalmente o que mais me interessa, no observar o comportamento humano em especial...nessa jornada terei como companheira uma criança, e já, posto isso, pode-se esperar descobertas sem prescedentes, já que o mundo deles é o da descoberta, e é muito maluco!

Vou falar também de cinema, como uma cinéfila e aspirante a cineasta quem sabe, com dicas e boca no trombone para o que eu considero uma porcaria...já tenho alguns em mente. Hoje não estou nos melhores dias, mas queria dar o pontapé incial, sejam bem-vindos!Mais detalhes sobre mim e a minha viagem nos próximos posts!

Obrigada!

ps:amanhã estou partindo e me sinto muito feliz!

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

O que eu já acho que sei?

Vinte e oito anos, uma idade deliciosa, se é que a delicia vem da idade previamente fixada pelo universo, ou vem mesmo daquilo que você resolve entender da sua vida em determinado momento. Eu tô muito a fim de assumir a bagagem que eu juntei, por que ela é tudo o que eu tenho. Considero meu estágio concluído, apesar do processo de aprendizado ser talvez o que a vida tem de mais perene. Aos 28 eu aprendi que é a maior perda de tempo sentir culpa. A culpa existe quando não se pede perdão, seja pra você mesmo, seja pra outra pessoa. Aprendi que a pretensão nunca levou ninguém a lugar nenhum, pelo contrário, foi a despretensão que impulsionou as maiores criações da humanidade, veja a pizza*. Aprendi na sequência, que junto com a despretensão um ingrediente mais certeiro ainda é a ação de não subestimar. E esse feito não tem contra indicação, não devemos subestimar exatamente ninguém ou qualquer coisa. Não subestimar é mais uma ação de afirmação que negação, você deve tê-la em mente em todos os momentos, e eu prometo que você só tem a ganhar com isso. Outra coisa que aprendi foi que a auto piedade serve como aviso de que algo vai errado, muito provavelmente nosso modo de viver e ler o mundo e as pessoas. Isso é sério, mas tem sempre volta, é só dar uma passo pra trás e se colocar no lugar do outro. Aliás, não tem nada de errado com isso: dar uma voltinha pra trás,  fazer uma revisão. Isso é, mais do que o uma atitude de humildade, uma atitude esperta.
Aprendi principalmente que a vida realmente se encarrega de arrumar o nosso caminho da melhor forma, e que invariavelmente esse caminho é muito mais interessante que aquele outro que sonhávamos. Essa conclusão seria maravilhosa se não tivesse um pequeno fator guardado e com qual temos que lidar para o resto de nossas vidas: a ansiedade, a pressa. Aprendi que a procrastinação, não aquela da preguiça, do deixar pra outro dia, mas aquela do stand by, de maturar o assunto, deixá-lo na primeira gaveta da cômoda, é a melhor atitude, na maioria das vezes. Ela anda junto com a intuição, o lazer, a confiança e o bate papo desinteressado. Aprendi, não sem muita resistência, que amigos temos poucos mesmo, aquela pessoa que te agrega, que sorri e chora com as suas conquistas, mesmo que ela esteja em um momento ruim, por que você também agrega à vida dela. Amigo é mão dupla, é atemporal, é confiança, é não ter que dar explicação. É um puta encontro. Aprendi finalmente, que estamos sozinhos com nós mesmos, esse é o grande aprendizado, é com isso que vamos lidar a vida toda, e que essa conclusão não é de forma alguma triste, que talvez, entender que essa é na verdade uma conclusão das mais alegres, seja o grande segredo da vida. Eu ainda não consegui isso. Talvez aos 30. 

Aufwiedersehen!

*The Romans developed placenta, a sheet of dough topped with cheese and honey and flavored with bay leaves. Modern pizza originated in Italy as the Neapolitan flatbread.(wikipedia)