E tem mais...

(...)

Um monte de coisa misturada..

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Garrafa quebrada

Quinta-feira eu consegui terminar o dia de trabalho antes do feriado as 18:30h. Quem trabalha com publicidade, ainda mais com produção, sabe que isso é mais do que uma benção. Apesar do dia cinza e frio e daquela garoinha típica e chata de São Paulo, eu estava reluzente, peguei meu busão que veio logo, outro bom agouro, e resolvi passar antes no supermercado que fica há umas cinco quadras de casa para me abastecer da tapioca e do sal que tinham acabado, além da cerveja de amanhã, um vinhozinho pra hoje e de quebra uma frigideira para dignificar ainda mais minhas omeletes.

A chuvinha continuava a cair fina, mas mesmo assim úmida de chata, mas nada tirava meu ânimo, nem mesmo a sacola pesada que levava nas mãos. Andei, andei, parei para checar o whatsapp, e continuei até a porta de casa, quando uma pequena intuição do trauma perpassou minha memória, "já pensou se essa bolsa caísse?", e como mágica, não sei se antes ou depois do pensamento, ela foi ao chão com o vinho quebrado e esparramado, além de uma das latinhas de cerveja com um mini furo que espirrava o líquido no meu rosto. Olhei para o chão sujo, para os vidros e pensei, agora não. Retirei o sal e a tapioca da sacola, por que eles não poderiam molhar com a cerveja, e subi as escadas até a minha casa. Tirei todo o conteúdo do que restava da sacola da desgraça, preparei meu peixe no forninho, fiz xixi, e só então desci novamente com um balde de água e uma sacola para recolher os vidros e aguar o chão.

Nessa epopéia uma reflexão surgiu, e é por isso que eu vim correndo escrever para não perdê-la: 1. Eu já não me desespero com crises. 2. merdas acontecem. 3.mesmo passando por isso pela segunda vez (sim, já aconteceu comigo e outra garrafa de vinho e sacola, em outra "sexta-feira" feliz e cansada, há uns três anos), eu continuo acreditando que as coisas vão dar certo no final.

Eu sempre tive essa crença cega, e por esse motivo já me dei muito bem e também muito mal, mas o resultado do que acontecia não alterava a ordem das minhas decisões, eu continuava acreditando. Ultimamente eu buscava sem muito êxito retomar essa sensação, mas nada vinha, nenhum tiquinho de fé, a amargura me tomava e eu quase xingava o brincalhão lá em cima.
Eu era descrença pura, e também percebi que não adiantaria forçar outra sensação, somos fases, entramos em períodos de maturação para algo diferente até a mudança de estação em frente. Eu me senti feliz por reencontrar esse meu eu antigo, percebi que mesmo que não tenhamos algo concreto nas mãos, precisamos acreditar para seguir, é o impulso necessário de todos os dias, senão não somos mais que seres acorrentados andando passo a passo. Um certa ingenuidade há de ser nutrida para seguirmos.

Aufwiedersehen!!