E tem mais...

(...)

Um monte de coisa misturada..

terça-feira, 14 de maio de 2019

Estou escrevendo um livro

Eu entrei em um daqueles períodos de pausa em que não tenho coragem de escrever. Esse blog tem mais de dez anos e posso dizer que não foram tantos os hiatos, mas sinto que esse último que passei foi o mais importante. Não era como se eu não tivesse sobre o que falar, muito pelo contrário, era mais uma sensação de medo do que poderia surgir, medo de colocar o dedo na garganta antes de vomitar. Existe também agora o medo de escrever besteira, algo frívolo ou vaidoso demais, essas coisas que passam pela cabeça quando se pretende escrever a tal da não ficção.

Quando releio esse blog me irrito e fico com um pouco de vergonha das minhas repetições, como essa de elaborar a minha intensidade. Tem outra coisa que eu repeti várias vezes aqui, mas esqueço de repetir para mim mesma: não somos importantes. Esse é o tsunami da geração millenium, o fantasma que espreita o canto da mente de cada um de nós, de que não somos especiais e que provavelmente poucas pessoas ligam ou estão prestando atenção no que estamos fazendo - a não ser que sejamos influencers, aliás, sobrou algum de nós? Era para ser libertador.

Eu tenho ouvido muitos podcasts e como acabo de sair de uma entrevista fracassada em inglês com o feedback oficial de que meus concorrentes conseguiram responder de forma mais detalhada e clara os exemplos hipotéticos levantados pelo entrevistador no âmbito do trabalho que eu estava me propondo a fazer, resolvi ouvir a um podcast em inglês da escritora, show runner, diretora e atriz Lena Dunham, criadora da série Girls, que foi um divisor de águas na narrativa de mulheres em séries e filmes, uma super inspiração, e especialmente uma pessoa que eu invejo bastante por já ter realizado tanto e ser ainda um pouco mais nova que eu - estou obcecada por essa coisa de idade x realizações e morro de medo de ir até o fim desse meu sonho de também ser criadora, pode dar muito errado, e acho que já tem dado, mas também pode dar muito certo, é aí eu tento lembrar que o Saramago escreveu o primeiro livro depois dos sessenta. E voltando ao ponto anterior, no podcast da Lena, em um episódio onde ela aborda a amizade entre mulheres, um dos temas mais queridos da minha vida, ela e a também escritora Ashley Ford leem as trocas de e-mails que fez com que se tornassem grandes amigas. Em uma das passagens Lena diz que admira o fato de Ashley ter dito ao mundo que estava escrevendo um livro porque isso fazia com que agora o mundo pudesse cobrar esse livro dela, tornando-o assim uma realidade. Outro dia também uma amiga me tageou em uma postagem do Instagram sobre o ato de escrever e como muitas outras coisas que não são simplesmente digitar algo no computador também são escrita, como pensar em uma história, observar, inspirar-se, viver, tudo isso faz parte do processo, e eu tenho vivido, muitas coisas, especialmente sensações que eu ainda não sei muito bem como descrever, mas eu prometo que vou tentar, nesse livro que eu estou escrevendo. Agora tá dito.


Aufwiedersehen!!