E tem mais...

(...)

Um monte de coisa misturada..

sexta-feira, 14 de junho de 2013

O que eu acho?

Eu não consigo me interessar por política. Já tentei, não consigo. Aprendi na escola, principalmente na época do vestibular, como era importante conhecer os tais dos "assuntos gerais", então eu tentei por diversas vezes ler o pouco prático jornal. Mais tarde com a Internet e os portais de notícia consegui ter acesso resumido e com mais facilidade ao geralzão do que acontece no mundo e no Brasil. Esse geralzão que lemos, como é patente no trending topic do momento, as manifestações que têm ocorrido na capital paulista e outras grandes cidades do país contra o aumento na tarifa do transporte público. Como aconteceu com o assunto, por hora deixado de lado, do "Feliciano não me representa", e sobre o qual, pelo menos na minha timeline, falaram e protestaram a respeito sempre com a mão no mouse e no teclado, assim como eu faço agora, sinto medo desse discurso geral em uníssono que acaba se perdendo.
Acho interessante como todos estão cientes da imparcialidade dos jornais, acho emocionante todas essas pessoas na rua, pensar que nós brasileiros não somos um povo passivo, como gostamos de dizer, mas infelizmente, nós brasileiros somos sim um povo desorganizado. Eu não entendo de política, mas sou formada em relações públicas, trabalho com comunicação, talvez sobre isso eu saiba um pouco mais e possa opinar.  Em termos de comunicação, temos várias vozes sobre esse assunto, mas pode-se dividir duas em especial: a que diz "Estamos cansados de tanto descaso, de tanta palhaçada do governo", e outra que diz: "São todos filhinhos de papai da classe média, desocupados destruindo o patrimônio público enquanto gritam por causa de 20 reles centavos". Vi também falarem que esse protesto não trata apenas dos famigerados 20 centavos, vi falarem que esses protestos seriam o vômito de tudo o que passamos durante anos, enquanto os políticos fazem a festa - desculpem-me a generalização tosca, eu ainda chego em algum lugar.
Procurei saber se há um grupo organizado para tratar das reivindicações e dos protestos que vêm parando a cidade, e achei o grupo tido como centralizador, o Movimento do Passe Livre (MPL) - o que já entra em uma incoerência, ruído gerado pelo nome, passe livre. Tive acesso pelo site do Estadão, a uma entrevista concedida por seu representante, Caio Martins é a "cara" do lado aclamado/odiado do momento, seria ele o mocinho ou o bandido?Ideias divergem. O que eu sei é que Caio, nos seus vinte e pouco anos, franzino e pouco articulado, responde às perguntas do jornalista do Estadão com os resquícios e a nostalgia de uma época, de uma ideologia que pra mim não cabe mais nos dias atuais. Há dogma no discurso dele, inflexibilidade e poucas possibilidades. Falta diálogo. Falta representação e organização de uma plataforma de pedidos. O povo protesta só pelos 20 centavos? Ok, deixe claro isso. O povo protesta contra o descaso, a corrupção ou seja lá o que for dos políticos? Deixe claro e prepare um discurso coeso, preferencialmente falado por alguém que aparente maturidade, articulação, com um discurso estudado e treiando. Vivemos em um mundo de aparências e precisamos de aliados de todos os lados, pais, políticos, e todas as pessoas do suposto "outro lado" se quisermos chegar em algum acordo, algum lugar. Se não houver organização, uma mensagem clara, todos esses protestos estarão no lodo junto com Feliciano, já na próxima semana.
Desejo sorte a todos os lados. 

Aufwiedersehen!

Resumos dos últimos acontecimentos e entrevista com Caio Martins.