E tem mais...

(...)

Um monte de coisa misturada..

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Pequeña compañera

Amigos, esse talvez seja o post mais bobinho da minha vida, mas por que não sermos (ainda mais) bobos nesse novo ano? À bobeira subentende-se a não pretensão, então, sejamos bobos por que não?

Nesse final de ano visito/reconheço minha família espanhola, e enfim, era noite e estava frio e ainda estava no fuso, quando me peguei com uma insônia específica e aproveitei para fazer um pequeno poema em espanhol e dividi-lo com vocês.
Aí está:


Mi compañerita, por que eres tan pequeña e me despierta cuando estoy haciendo lo que más amo

Pequeña, necesito descansar por que estoy de vacaciones, lo que no suelo tener a tiempos

Mi amiga que me acompaña e dame vida, a ti te agradezco, pero te pido que esperes hasta la mañana para despertarme

Vejiga mia, gracias a ti por darme el piss pero dejame dormir más um ratito.


Aufwiedersehen!

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Radical

Eu não sou muito fã de falar. Gosto de pensar, escrever, escutar, mas conversar sempre foi um trabalho extra pra mim. Acontece que um dia descobri que para me relacionar e mais ainda, para conseguir me entender, eu seria obrigada a falar, e muito. E então comecei a falar, falar, e cada vez escutar menos. Sabe aquela coisa do equilíbrio? A gente pende de um lado, pende do outro, chega a cair, e depois volta pro começo do processo. Eu falei muito esse ano, demais, as eleições que o digam!

Depois de um período duro de falta de trabalho e reclusão,  fui ganhando novas forças de auto estima e segurança, o que é maravilhoso, mas tem uma coisinha básica que a gente nunca pode deixar de lado: a humildade. Foram muitas descobertas, coisas que estavam na frente do meu nariz e eu não enxergava e fui me permitindo ver, mas de novo o equilíbrio, e então como uma criança aprendendo a andar, eu tentava aprender sobre todo um movimento, o feminismo. A partir daí, quem acompanha esse blog sabe como continua a história.

Eu entrei em algumas discussões, algo que sempre odiei fazer por que tinha essa ambição louca de passar por essa vida numa nice e amando todos à minha volta, e vice e versa. Eu me desapontei várias vezes, chorei, perdi as forças, pra depois pensar: calma. Eu sou uma radical, acho que sempre fui, só tirei umas férias por um tempo. Eu sou aquela garotinha que a mãe levava para escolher um sapato e já o escolhia da vitrine, sem nem precisar provar. Essas minhas opiniões tão fortes mudam, costumo inquirir meus amigos com um constante: "não me peça coerência", e na boa seres humanos, não ambicionem a coerência!

Eu sempre precisei delas, dessas opiniões fortes em um lugar palpável, nos mais variados momentos da minha vida, mas decidi tirar um tempo para ouvir mais, mesmo que discorde do que está sendo dito, eu preciso ouvir, e ponderar. Temos costume de ouvir já pensando no que vamos responder, antes do nosso interlocutor concluir o pensamento. As pessoas são livres para pensarem o que quiserem, e eu sou livre para não querer no meu convívio alguém que incite o ódio, mas fora isso, posso fazer o exercício de relevar e conversar, e quem sabe, mudar a minha opinião ou a do outro.

Dito isso, existem algumas coisas que se apresentam imutáveis para mim e que eu gostaria de deixar claro: ninguém é feminista demais. Seria a mesma coisa que dizer que se ama demais. Ou que foi feito berinjela demais. Não faz sentido. O feminismo luta pela igualdade das pessoas e pelo empoderamento feminino, contra a opressão de décadas do sistema patriarcal. Só isso. Só amor. E gente, se tem uma coisa que eu posso falar tranquilamente com coerência é: amor nunca é demais.

Aufwiedersehen!!

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Duas

Era uma que se enchia com outra dentro de si.

Eram duas com a segunda no colo, e muita confusão na cabeça.

Eram duas e sorriam na mesa de café, uma olhava a outra com um dos olhos fechados, evitando a luz que dela emanava.

Era uma que dizia dizia, e a segunda nem tchum, olhava para o relógio na parede.

Era uma que queria tanta coisa que até doía no peito.

Era uma que tinha medo de perder a outra, que já não reconhecia como aquela outra parte que antes lhe cabia.

Era uma que conseguia o que queria e saia pra andar em lugares altos e perigosos.

Era outra que segurava forte no peito para não prever o que não podia ver.

Eram duas em um abraço depois de tempo demais separadas.

Eram duas que falam, que ouvem e falam novamente.

São duas que se escutam e se aconselham para depois brilhar os olhos de água.

São duas, são uma, somos nós. Mãe.


Aufwiedersehen!!