E tem mais...

(...)

Um monte de coisa misturada..

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Radical

Eu não sou muito fã de falar. Gosto de pensar, escrever, escutar, mas conversar sempre foi um trabalho extra pra mim. Acontece que um dia descobri que para me relacionar e mais ainda, para conseguir me entender, eu seria obrigada a falar, e muito. E então comecei a falar, falar, e cada vez escutar menos. Sabe aquela coisa do equilíbrio? A gente pende de um lado, pende do outro, chega a cair, e depois volta pro começo do processo. Eu falei muito esse ano, demais, as eleições que o digam!

Depois de um período duro de falta de trabalho e reclusão,  fui ganhando novas forças de auto estima e segurança, o que é maravilhoso, mas tem uma coisinha básica que a gente nunca pode deixar de lado: a humildade. Foram muitas descobertas, coisas que estavam na frente do meu nariz e eu não enxergava e fui me permitindo ver, mas de novo o equilíbrio, e então como uma criança aprendendo a andar, eu tentava aprender sobre todo um movimento, o feminismo. A partir daí, quem acompanha esse blog sabe como continua a história.

Eu entrei em algumas discussões, algo que sempre odiei fazer por que tinha essa ambição louca de passar por essa vida numa nice e amando todos à minha volta, e vice e versa. Eu me desapontei várias vezes, chorei, perdi as forças, pra depois pensar: calma. Eu sou uma radical, acho que sempre fui, só tirei umas férias por um tempo. Eu sou aquela garotinha que a mãe levava para escolher um sapato e já o escolhia da vitrine, sem nem precisar provar. Essas minhas opiniões tão fortes mudam, costumo inquirir meus amigos com um constante: "não me peça coerência", e na boa seres humanos, não ambicionem a coerência!

Eu sempre precisei delas, dessas opiniões fortes em um lugar palpável, nos mais variados momentos da minha vida, mas decidi tirar um tempo para ouvir mais, mesmo que discorde do que está sendo dito, eu preciso ouvir, e ponderar. Temos costume de ouvir já pensando no que vamos responder, antes do nosso interlocutor concluir o pensamento. As pessoas são livres para pensarem o que quiserem, e eu sou livre para não querer no meu convívio alguém que incite o ódio, mas fora isso, posso fazer o exercício de relevar e conversar, e quem sabe, mudar a minha opinião ou a do outro.

Dito isso, existem algumas coisas que se apresentam imutáveis para mim e que eu gostaria de deixar claro: ninguém é feminista demais. Seria a mesma coisa que dizer que se ama demais. Ou que foi feito berinjela demais. Não faz sentido. O feminismo luta pela igualdade das pessoas e pelo empoderamento feminino, contra a opressão de décadas do sistema patriarcal. Só isso. Só amor. E gente, se tem uma coisa que eu posso falar tranquilamente com coerência é: amor nunca é demais.

Aufwiedersehen!!

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