E tem mais...

(...)

Um monte de coisa misturada..

terça-feira, 27 de abril de 2010

Amizade antes de tudo

Como é boa uma relação sem sobrecarga. Aquele lance natural que rola entre duas pessoas. Uma relação, antes de ser taxada de algum nome, uma relação de pura amizade. A amizade é um fator que é sempre aconselhável, ser a base de qualquer relacionamento (do termo profissional) interpessoal. Seja entre mãe e filha, irmãos, avós, seja entre chefe e subordinado, seja entre marido e mulher. É algo só nosso, do ser humano. Animal acasala tbm, animal lidera tbm, é mais forte também, mas na amizade somos iguais. E nesse mesmo contexto, penso eu, em que momento nossas relações se tornaram tão difíceis, pesarosas, ensaiadas? Principalmente quando se trata de amor. A ditadura dos sexos é o produto mais democrático da atualidade. Não adianta nós mulheres pensarmos que somos as únicas a sofrer com os jogos do amor. Os meninos tbm sofrem, e às vezes mais que a gente. Precisamos pedir licença a todo momento. A minha teoria é homens e mulheres sofrem, mas por motivos diferentes. Homens tendem a ser mais confiantes, e mulheres a terem a auto-estima baixa, só esperando pelo momento irremediável do fora e/ou sumiço. Ser feliz é perigoso, pq é o que costuma preceder a queda. Não podemos e nem devemos ficar vulneráveis e demonstrar um sentimento...dentre outros costumes recorrentes...
Acontece, no final das contas, que nessa preparação do que pode vir a ser um relacionamento real, o hábito da trava de sentimentos se solidifica, e dai pra frente, já dentro de uma relação, essa "mania" besta tende a permanecer, dentro de uma troca emocional sem abertura.

Aufwiedersehen!

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Analogia Cinematográfica - Edição/Parte 2

Nessa analogia pensarei principalmente o fator "captura" da edição. Existem aquelas cenas que o diretor separa como as "valendo" dentre todos os takes, elas ficam como opções dentro da cena, para que o editor escolha como montar o filme com as melhores.A nossa vida é uma junção de milhões de takes, que vão se montando em nossa memória. Nesse caso somos os roteiristas, diretores, e montadores...no caso da montagem/edição, comecei a ponderar melhor, especialmente depois do fim de semana.
Pela primeira vez participei de um casamento, em que o casal em questão, fez parte de quase toda a minha vida. Pude presenciar cada momento deles, do começo, quando o amor começa a ser descoberto...passando pela faculdade e outras tormentas, até a hora perfeita e pronta da maturidade, quando decidi-se e consegue-se passar o resto da vida juntos. Esses momentos, da entrada da noiva querida em direção ao altar, a nossa formatura, o nosso primeiro emprego, são involuntariamente "capturados" em nossa memória, sem aviso prévio. Quase cheguei a sentir o aviso de REC na minha cabeça. A nós somente nos basta, deixá-lo (o aviso) rodar...

Aufwiedersehen!

terça-feira, 20 de abril de 2010

Analogia Cinematográfica - Roteiro/Parte 1

Estou nas últimas, não da minha vida espero eu, mas terminando um tipo de sonho que eu tenho já há algum tempo, estudar cinema. N ão foi nada formal como uma faculdade, ainda não posso citar vertentes e doutrinas cinematográficas, mas nesses quase dois meses de estudo, pude sentir que esse meu sonho de cinema é muito mais viável do que eu imaginava. Fora isso, como tudo que começa a fazer parte da nossa vida, meio que involuntariamente há de se fazer algumas analogias.
Escolhi fazer o curso de roteiro e edição. O de roteiro, algo mais próximo do meu terreno comum, que são as idéias, algumas poucas divagações, mas principalmente o meu esforço físico, com alguma ajuda das máquinas (diferente da edição de imagens no caso), tornou-se, como esperado, a menina dos meus olhos. Lá aprendi que o roteiro não é uma forma de arte, mas sim um tipo de ficha, uma receita com os ingredientes e o modus operandi necessários para a feitura de um filme. Um roteirista, como dita um dos primeiros passos para a feitura de um roteiro, deve ter desapego de sua obra, mas mais que isso, ou também isso, deve ser um indivíduo que exerce diariamente a sua humildade. É sobre aquilo que ele escreve que mais se comenta no final de uma produção, a história, o que acontece. Mas ninguém se lembra dessa pessoa. Essa pessoa, o roteirista, passa meses, as vezes anos, debruçado sobre uma história que torna-se parte da vida dele, tudo isso para facilitar o serviço de muitas pessoas, as vezes milhares, que usarão essa sequência de dados (que é o roteiro), para executar o seu trabalho. O roteirista, como poucos sabem, não conduz o olhar da câmera, ele quase nunca resolve sobre o look de determinado personagem, ou época. Ele surpreendentemente tem pouco a ver com o ritmo da história. Para tudo isso existem, respectivamente, o diretor de fotografia, o figurinista e o montador...pra citar alguma das coisas.

Voltando à analogia, como em qualquer boa receita, os ingredientes devem ser coerentes, por mais diferentes que sejam entre si, para que o resultado seja interessante. Claro que a velha receita do arroz, feijão e carne de panela sempre caem bem no começo, quando ainda não conhecemos muito bem a forma, o mais sensato seria conhecer a forma para depois seguir com receitas mais ousadas.
Vemos tbm que como na vida, muitas palavras são desnecessárias, podemos cortar frases inteiras na maioria das vezes, mantendo o principal do que queremos comunicar, ainda com a ênfase no que é realmente útil para aquele momento.
Outra coisa interessante...muito mais do que palavras e diálogos (com todo o respeito para os existencialistas), o cinema é ação, não necessariamente aquela do Silvester Stallone, mas a sequência de imagens e movimentos que o tornou a notória sétima arte, e não mais uma vertente qualquer. Como aprendizado, façamos mais e falemos bem menos...continua...

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Crash

Eu comecei a escrever uma postagem para o meu blog de cinema, mas quando me vi imersa em meus devaneios, percebi que a mídia utilizada se equivocava para o meu fim atual.

A última noticia do mundo futebolístico diz respeito ao tratamento tido como racista (e porco, de cuspir) do jogador do Palmeiras, Danilo em outro jogador do Atlético, Manoel, por ter chamado um homem negro de "macaco".
Curiosamente, ontém assisti novamente a um dos neo-clássicos do cinema, Crash: no limite (2004 - dir. Paul Haggis), com roteiro baseado em história do próprio Paul Haggis, roteirista também. Foi em 2004, que o posterior ganhador do Oscar de melhor filme (além de roteiro original e edição), cutucou fundo na ferida de toda a sociedade, e quando eu digo toda, eu quero dizer TODA. Três anos após o 11 de setembro, um americano escreveu e filmou a história de nossas vidas.
Trata-se dessa coisa contraditória que temos de repelir e ao mesmo tempo atrair pessoas. O detetive negro Graham (aqui, como na vida, são essencias as características fisicas), interpretado pro Don Cheadle, logo nos introduz, na primeira cena do filme com o seu devaneio sobre as pessoas, algo como: "Aqui ninguém te toca. Essa sensação de toque, nós sentimos tanta falta disso, que nós nos esbarramos uns nos outros para que possamos sentir algo."
E nessa odisséia de negros, chineses, coreanos, iranianos, mexicanos, brancos, ricos, e pobres, encontramos muitas pessoas totalmente diferentes, com o mesmo pensamento de diferenciação, quando a luta interna, contra o racismo se torna ainda mais perigosa que o próprio racismo. Não já vilãos ou heróis, há pessoas de carne e osso, há nós mesmos lutando contra nossas falhas de caráter ou falhas da nossa própria formação segmentada pelas diferenças, ou talvez pelo próprio ser humano..quem sabe. O filme apenas mostra a verdade que insistimos em não aceitar. E ao mesmo tempo que é feio, nos é quase inato, nasce conoscoDe alguma forma indolor acaba penetrando em nosso temperamento, personalidade e está ai, em cada um de nós, sem distinção.
Mas o filme mostra algo a mais..como todo bom enredo, há um outro lado, sempre há. O ser humano, em Crash, não nasce mal ou bom, ele nasce contraditório, uma junção do ruim e do bom ao mesmo tempo, em um jogo de ação reação quase que involuntário.

O jogador de futebol foi tão racista assim, tão mais racista que todos nós, ou talvez menos racista que o negro que foi chamado de macaco? Os sentimentos em aplitudade, praticamente nos retiram a razão, e o que aparece normalmente não é agradável, é o mundo de crash, às vezes nem há um culpado...
Aufwiedersehen!

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Delicias familiares...

Semana de volta de feriado prolongado...rola aquela preguiça, aquela saudade de casa (no meu caso), da calma do interior, mas enfim, o novo e atual lar me aguarda na selva de pedra. Esse foi um feriado especial com a família. O que eu tento fazer, acumulando o maior número de visitas a familiares e amigos foi muito bem sucedido no fim de semana. Pude lembrar-me (e nunca é tarde), da riqueza de família gigante que eu tenho. Todos os elementos estavam lá, os velhos costumes e piadas familiares, a personalidade de cada um, enfim...O tempo implacável simplesmente não afeta as relações verdadeiras, e eu já tive prova disso desde a minha volta da Alemanha.

Penso no momento sobre essa nossa cultura brasileira das refeições. É praxe no mundo todo, não importa a cultura, esse hábito do encontro, da reunião, a "comida" tornou-se através dos tempos como que um bode expiatório para a união, e eu como bom garfo, estou longe de criticar esse costume.
Agora pensando em Brasil, e mais particularmente na minha família, é comida que não acaba mais! O jantar da minha vó, com seus seis filhos, (faltando um), esposas, netos, etc vinha com o pretexto de um belo dourado na chapa, no forno a lenha, daquele jeitão bem avó de ser, e über delicioso como se espera. O grande prato, no caso, estava acompanhado, de uma bela macarronada, churrasco de carneiro, linguiça, maminha e para completar uma torta de palmito...lógico que eu não preciso citar saladas e afins...Essa "sustança" simboliza o tamanho, a quantidade de amor presente nessa família, o alimento primordial, acima do bode expiatório alimentício, é o encontro, a reunião, o não deixar pra outro dia...

No dia seguinte almoço, lasanha e bife a parmegiana, a mesa italiana dos sonhos, enquanto mãe e tia argumentam a respeito da delicia da salada de acelga e de folhas verdes...tudo na coerência do non sense familiar. VIDA!

Aufwiedersehen!