Estou correndo com todos os preparativos para oferecer esse que é o projeto de tantos anos, da melhor forma, para os amigos que acompanham o blog.
Como um "esquenta" do lançamento, queria dividir as doces considerações do meu amigo da Unesp de Bauru, o eterno Goiaba, colega, jornalista, leitor e escritor de mão cheia, espero que gostem!
Pra quem ainda não curte, o Sinceros Devaneios tem uma fanpage no facebook: http://goo.gl/wWcy7o
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“Eu só queria criar
outra família, porque é assim que eu funciono, sou uma criadora de famílias,
assim que cresci e aprendi a ser feliz, e talvez seja esse o sentido da minha
vida”. (Famílias)
24
crônicas: 24 narrativas, 24 histórias recheadas de outras pequenas histórias.
Em cada texto, as descrições, tanto espaciais quanto emocionais, dão noções
diferentes para uma mesma autora de quem ela possa ser, narradoras que guardam
entre si angústias e conquistas, alegrias e tristezas tão comuns ao gênero
humano.
A forma
como é colocado cada estado de espírito dá a certeza de que a autora é fruto de
seu tempo, sabendo com as palavras de seu tempo (e com estilo próprio)
reconstruir o grande problema que nos ronda: o “quem sou eu”, que
invariavelmente deságua no “o que estou fazendo de mim”.
Como, para
mim, a literatura é fundamentalmente diálogo, vejo muito de Virginia Woolf na
angústia que move as narradoras-cronistas. Não à toa escolhi o trecho de
Famílias para introduzir essas minhas impressões, isto porque ele me evocou “Os
Anos”, da romancista britânica. Uma mistura de sensações, de experiências, de
desalentos e esperanças.
Pode-se
dizer que muito do que está ali escrito é comum a muita gente. Ora, quanto
melhor se consegue apreender as angústias comuns às pessoas, mais universal se
tornará a obra. É recomendável olhar para cada linha do livro de modo atento,
assim, fatalmente, cada um de nós verá a si em algum momento.
Por fim,
não por mérito menor, é de se admirar a capacidade com que se expõe a autora em
suas tantas narradoras e como joga fluidamente alternando momentos que parecem
saídos de uma conversa sobre o cotidiano e construções que beiram a poesia.
É, com toda
a certeza, ainda que muitas vezes deveras angustiante, uma grata leitura!
Luiz Augusto Rocha
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