E tem mais...

(...)

Um monte de coisa misturada..

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

O dia de São Valentim e o romance


Crescemos buscando esse algo mágico fora de nós, uma estética imaginada com trilha sonora, fachada, risos e coincidências charmosas. Mesmo enquanto desbravamos o mundo construindo relações profundas de amizade, seguimos sendo induzidos pensar que tudo não passa de apenas um prelúdio para o que está por vir, para ser "completo". O amor romântico é a maior droga assimilada como gás tóxico e democraticamente espalhada para que toda a sociedade o aspire. É tóxico porque é construído como mérito, como dado, como perfeito. Ele não existe. O amor, esse realzão mesmo do peido compartilhado, da implicância por passar tanto tempo com a mesma pessoa, esse amor é trabalhoso. Ele demanda demais, demanda esquecer um pouco de si mesmo, mas com muito cuidado para não esquecer demais porque você precisa seguir sendo você. E quem é você? Esse é outro trabalho diário, que nutre em ciclos o amor a você mesmo enquanto nutre o amor em relação ao outro significativo. Adoro esses termos, “outro significativo”, “companheiro”, acho que dão muito mais conta de descrever o que é realmente escolher compartilhar a vida em um relacionamento sexual, digamos. Há milhões de formas de compartilhar a vida em relacionamentos amorosos, todas as possibilidades são possíveis se você encontra a coragem para expandir a ideia preconcebida do encontro. Se você permite sentir a vulnerabilidade de seguir a sua intuição para reconhecer os encontros que não serão muitos os realmente significativos.

Resolvi usar um aplicativo de videos para fazer um video do cotidiano desse cara (aqui embaixo), em comemoração pelo primeiro ano do nosso casamento no papel. Um fato curioso é que no dia em que fomos requisitar o casamento civil no cartório das Perdizes, e no caso a mulher como usualmente manda a convenção de escolher colocar ou não o nome do marido, apesar de ter amigas que passaram seus sobrenomes também para os esposos, acabei decidindo pelo não, e por um motivo bem mais simples que o feminismo: estávamos brigados. E já passaram quase cinco nessa brincadeira de relacionamento, só para perceber que a coisa é louca desse jeito mesmo, uma montanha russa. Ou talvez seja apenas a combinação maluca do meu. E é em um dos meus devaneios talvez mais sinceros já escritos que queria dizer que todo dia eu escolho ser eu mesma, mas prefiro ser eu mesma com ele ao meu lado, porque estou quase a ponto de aceitar todas as sombras dele. O problema é que existe um mundo de sombras minhas ainda para aceitar. E é apenas na possiblidade de contraste dessas sombras que só nós conhecemos sob a luz que fica mais evidente na intimidade, que podemos nos encontrar, trabalhando nesse amor, todos os dias, sem cessar.

PS: É igualmente maravilhoso não estar em um relacionamento.


Aufwiedersehen!!