E tem mais...

(...)

Um monte de coisa misturada..

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Supostamente...

Nós mulheres somos apaixonadas pelo romance.
A paixão louca, os sonhos, toda a euforia não provém de supostamente amar, eles vêm da idéia mágica do viver uma paixão. O romance é e sempre será o nosso foco. Infelizmente preciso atribuir alguma parcela de culpa ao meu amado (inteira e não supostamente) cinema. E isso são palavras de uma eterna romântica, talvez, dá-lhe Lulu Santos, a última. Não critico os Casablanca e Bonequinha de luxo da vida. São marcos em nossa história.Mas cá entre nós, todas essas histórias acabam mal. Ai que se encontra a beleza do romance. Daí q se parte da premissa de que amar é igual a sofrer. Acontece que antes do cinema e do advento da literatura, dos livros sempre lidos pelas enfadadas mocinhas de Eça de Queiroz, as mulheres sentiam sim esse frio na barriga, essa admiração maravilhosa, mas elas não visualizavam a luz que emana dessa confluência, do amor correspondido. Assistir ao Clark Gable e Vivian Leigh brigando para depois se beijarem em “...e o Vento levou” é simplesmente a receita para nos matar, e é lindo demais!

Ele, o galã da nossa realidade, aquele "tipão" que tanto buscamos, coleciona todos os adjetivos sonhados por nós desde meninas. Ele muda de personalidade durante os tempos, dependendo da época de nossa vida, mas ele tem características semelhantes, em cada período. Toda essa coleção de predicados que a mulher madura espera em um homem, ela vai descobrindo no decorrer de sua vida, em porções separadas.

Aquele menino brincalhão e sapeca do parquinho nos transporta a essa idéia de liderança, de virilidade. Ele normalmente puxa as nossas tranças, dá risada da gente com os amigos, mas bem naquele momento estranho a todos, e comum a nós dois, ele nos olha dentro dos olhos, com a impertinência que só esse ser supostamente iluminado tem e tudo vale a pena.

Mais tarde, no ensino médio, as espinhas vêm, a voz grossa deles oscila para o xitãozinho e xororó, e ai perdemos o interesse nesse menino da nossa idade. Nosso olhar se direciona para a experiência, e a segurança. E esse vem a ser somente o primeiro flerte. Os mais velhos, os caras do colegial há um tempo atrás, agora os caras da nona série...eles simplesmente nos ignoram, passam com suas conversas maliciosas, seu companheirismo irritante da raça em grupos do nosso lado sem nem notar nossa presença. Eles tem aquela coisa só deles, do jeito de jogar futebol a tarde, até no modo q eles sacodem a cabeça pra voar a água do cabelo depois que mergulham na piscina. Tudo neles é mágico, quase divino. E a paixão supostamente sentida é platônica. Eles não precisam se preocupar com nada a não ser existir.

Faculdade. Ainda com o trauma proveniente das experiências anteriores no ensino médio, aquela sensação de inferioridade latente nos persegue. Por causa dos supostos deuses anteriores, temos como verdade nossa insignificância estética e permanecemos com esse suposto propósito de (in)existir até a hora de adentrar nessa nova Era. Essa Era única e inesquecível. De repente, como num espelho ambulante, nos enxergamos realmente através dos olhos daquele veterano bonitão. E ele é muito mais do podíamos sonhar. E lá vem o tal do charme que provém da inteligência (suspiros).Não se trata de beleza, trata-se de algo que não entendemos direito,por não ser tão palpável, mas faz sentido, e atrai de uma forma irresistível. Nesse momento entendemos que crescemos, não só de forma passageira e volúvel, já havíamos crescido a muito tempo, mas só agora isso faz sentido. Somos tão atraentes quanto esse cara novo. Só que a atração que exercemos é outra. Possuímos a atração da ingenuidade, o brilho da inexperiência, da petulância de pensarmos que sabemos de tudo da vida por estarmos na faculdade (além do fato de estarmos, a partir de então, realmente formadas fisicamente como mulheres). E adivinhem só, aqueles caras da nona série, resolvem perceber a nossa existência na mesma época que o bonitão veterano da faculdade aparece, de repente somos irrestíveis, pena que normalmente tende a ser tarde e eles já estão desinteressantes e gordos.

Pós - faculdade. Mercado de trabalho. No caso de ainda estarmos solteiras, chegamos a um ponto realmente crítico. Nesse momento saímos de algumas enrascadas e experiências mal-sucedidas com o bonitão veterano, com o colega de infância que levantava nossas saias na frente da classe toda, e até mesmo com o menino semideus da nona série. O romance continua nos confundindo, essa aura esquisita que paira e que nos faz inventar um suposto sentimento, esse vislumbre de um futuro pintado a aquarela sob um papel não resistente a água.
Ficamos sozinhas. Numa falsa ilusão de encontrar um cara bonito e bom papo na balada. E cá entre nós., (quase) nenhum relacionamento surge de uma balada.

Então resolvemos desistir, pensar em outra coisa. Simplesmente enjoamos de ficar brincando de esconde esconde com o tal do romance. É nesse momento, naquele dia do jeans surrado e da camisetinha básica, que decidimos assistir a um filmezinho antigo com a galera nova da academia, assim, sem mais nem menos, sem pré produção, que ele aparece. Nem um pouco o nosso tipo natural de beleza, praticamente imperceptível. Mas de alguma forma esse cara novo tem tudo que a gente procura. A conversa flui, percebe-se um sorriso branco lindo, e parece que ele tem uma covinha na bochecha esquerda, bem pequenininha. Ele cheira a sabonete, e olha nos nossos olhos quando conversamos. De repente sentimos aquele deja vu, como se tomadas por uma sensação macia de auto-estima , por que somos únicas naquela ambiente, somos únicas pra esse desconhecido, que parece finalmente ter encontrado o que procurava.


(De repente alguém acende a luz e o cara tem um olho de vidro e 1,63m de altura!)
E a vida continua, por que o que vale a pena é sonhar, romancear, por que isso nos faz feliz, isso nos ilumina a vida!

Aufwiedersehen!!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Careta, brega, tá na boca do povo!

A mídia (nós, as pessoas) cria, as vezes (sempre), novos fenômenos normalmente tachados pelo clã cool contemporâneo como brega, careta, infantil, ou superficial. São muitos os exemplos, desde Dan Brown e o Código da Vinci, até a atual e tão comentada saga Crepúsculo. Eu assumo q já me importei muito com esse tipo de julgamento, lá pelos tantos do primeiro ano de faculdade, qdo eu me via como uma rebelde com causas eternamente pertinentes, e com todas as respostas embaixo da língua contra o chamado status quo. Graças a Deus e a meu pai, esse meu comportamento não durou muito e eu voltei a me entregar às delicias da "Industria Cultural". E não tem Pânico, Tiririca, Novela das 8 ou filme teenager yankee suficiente q mate minha sede de "abobrinha". Não quero fazer aqui uma ode ao dito "superficial", assumo aqui q tbm gosto de arte, cultura, do erudito em si, mas what a hell, vamos ter um pouco de diversão leve e descompromissada!

Inevitável citar aqui, o hit do momento, a saga Crepúsculo. Vou comentar algo por aqui, mas já adianto q eu não vou sair de nenhum lugar, tomar nenhum partido e muito menos acrescentar algo à discussão. Eu só quero mesmo escrever sobre isso, pq tem sido muito comentado, e eu senti tb, (e principalmente) a necessidade de me assumir, aqui nesse meu espaço, com mais uma das milhões de seguidoras desse novo fenômeno.
Existem muitas críticas, as mais novas q tenho lido, dizem respeito à natureza conservadora da mensagem passada a esses jovens leitores e telespectadores, uma vez q a autora, como boa mórmon, define um amor q só chega às vias de fato (spoiler), depois do casamento, contradizendo toda uma cultura vampiresca de subversão e quebra de sistemas pré definidos de conduta moral na sociedade. (leia em: http://blog.estadao.com.br/blog/marcelorubenspaiva/?title=broxante_1&more=1&c=1&tb=1&pb=1).

Bom, hum...sei...ai vem a minha (não)cooperação em toda essa discussão. Eu acredito q o pessoal sempre vai criticar, e isso q é o bacana do ser humano, ainda mais quando se trata de algo q está na boca do povo no momento. Mas eu tbm acho bacana a pessoa tentar ver o filmezinho, dar uma lida no livrozinho, pra dai então comentar, e não apenas comentar o comentado pelo comentarista. Ou simplesmente, dar a mão a palmatória à realidade de um grande sucesso mundial, q não se construiu sozinho, mesmo seguindo todos os padrões pré determinados pela sociedade dura e conservadora americana.
Agora o meu ponto de vista. Vcs confiam em mim?No meu julgamento?

Quando eu voltei da Alemanha eu não conseguia me concentrar em algo realmente profundo, q viria a me acrescentar como profissional, ou pessoa, ou algo do tipo (tá começando a parecer justificativa, mas q seja!), e então, eis q mamãe comentou comigo sobre o tão fadado livro. Aconteceu q eu simplesmente devorei os quatro livros da série. A autora ganhou a minha admiração, mostrando-se interessante, romântica, e uma grande conhecedora da alma adolescente, e é isso. Ela escreveu, colou, captou a mensagem e tá faturando. A história é bem construída, e o grande triunfo são realmente os personagens bem elaborados e críveis em suas peculiaridades. É claro q precisa ainda comer muito feijão para poder pisar no mesmo chão q J.K. Rowling, mas ela merece os parabéns, e o respeito por causa disso.
Mas vamos continuar criticando tbm, q vale a pena!

Aufwiedersehen!!