E tem mais...

(...)

Um monte de coisa misturada..

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Sonhar

Na primeira vez que você me definiu "sua namorada", eu fingi ser nada demais, só que essa palavra, vinda da boca de alguém que a gente gosta é mais do que demais. Guardamos pequenas meninas dentro do nosso corpo de mulher calejado pelos foras e sumiços, e por um momento eu tive a compreensão de que eu era correspondida, e sensação melhor não há. Aprendi porém, que ações dizem mais do que palavras, eu então já sentia o seu sentimento bater de encontro com o meu. Eu sabia ser sua namorada. Existe essa luta, esse embate abstrato contra o que me foi mostrado e entendido como relacionamento, como gostar. Não tenho esse tipo de experiência, mas sei de relacionamentos, e de homens. Você é um bom homem, e é parte de mim. Você nunca será meu, como eu nunca serei sua. Somos de nós mesmos, mas como fica difícil explicar isso para um sentimento que vai crescendo quando nos entrelaçamos e dizemos nossos sonhos à madrugada que silencia em nosso favor. Para que continuemos a fazer essa coisa sem sentido que é sonhar. Eu sonhei com você. Você existe.


Aufwiedersehen!!

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Vida


Tem acontecido um fenômeno em minha vida e ele nada mais é do que pequenos sinais do teclado que em conjunto formam um símbolo emblemático: ¯\_(ツ)_/¯

Essa pessoinha acima representa tudo que a vida diz pra mim: ¯\_(ツ)_/¯

Estava tentando me lembrar de quando eu era pequena, ou melhor, quando era criança, em como costumava ser feliz, essencialmente feliz mesmo, e tudo pra mim eram flores e risadas e curiosidades e teatro e folia com os primos. E então a vida me dizia: ¯\_(ツ)_/¯

À medida que eu fui crescendo, essa alegria com curiosidade se transformou em um aparente desligamento do mundo, o que na verdade era uma ligação muito grande com todos os detalhes que formam esse planeta e as pessoas que nele vivem. O mundo era enorme, e eu começava a tentar ler os sinais, tantos sinais de fora. Eu olhava pra fora e ficava perdida, e então a vida me dizia:  ¯\_(ツ)_/¯

Mais tarde, eu percebi que não só do lado de fora, mas que dentro de mim havia outro mundo enorme de coisas para descobrir, essas coisas já não eram tão inspiradoras, elas me assustavam e entravam em colisão com o que acontecia pra fora. Eu tinha que respeitar o exterior muitas vezes em detrimento do que eu tinha urgência de ser, eu precisava me adaptar e tinha que me encaixar, até que depois de muitas tentativas e frustrações eu resolvi me fechar. Se a vida seria pautada pela parte de fora, que a parte de dentro silenciasse. Minha sensibilidade teria que ser organizada, essa coisa de encher os olhos de lágrimas, de se exaltar com algo que se vê e machuca muito com falta de gentileza, carinho, bondade, tudo isso tinha que ser fechado, não era da minha conta. E a vida seguia: ¯\_(ツ)_/¯

E era surpreendentemente mais fácil seguir assim, apática, pra fora. Só me bastava existir, cumprir minha meta de ser vivo na sociedade. Um dia eu senti uma tristeza muito grande, paralisante, era o meu interior pedindo para respirar. Foi quando a bagunça de dentro, silenciada e sem espaço entrou em colapso, e não pude mais seguir em frente do lado de fora, eu tive que me reformular toda para equilibrar essas duas dimensões opostas. Os outros e eu. E eu descobri, não sem muito alívio, que poderia honrar quem eu sou, e poderia seguir assim, e ainda com direito a estar satisfeita. A vida sorriu de volta e fez: ¯\_(ツ)_/¯

E então, como diria Clarice: "A vida não é de se brincar porque um belo dia se morre" ¯\_(ツ)_/¯

Aufwiedersehen!!    






quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Os quatro P´s

Quando estudamos marketing, aprendemos sobre os 4 Ps, um lance muito didático embasado em palavras-chave que servem para entender a amplitude das formas de se divulgar uma marca: produto, preço, praça e promoção.

Eu me peguei pensando sobre os meus 4 Ps, ferramentas que utilizo para uma vida equilibrada, não como uma receita pronta para a felicidade, por que a felicidade assim como uma coisa ampla e estática não existe, ela é pequenos momentos de êxtase que vivemos e ainda viveremos se tivermos sensibilidade. O real objetivo da vida é o equilíbrio, isso significa, tal qual o equilibrista cantado por Elis, que vamos pender pra um lado, depois pra outro, vamos cair, subir novamente, sempre na eterna brincadeira de balançar e continuar a travessia.


Meus 4 Ps:
Paixão
Paciência
Psicanálise
Pilates

Paixão é aquele frio na barriga, aquilo que nos eleva. A minha é o cinema, a literatura e a música - nessa ordem. São os ingredientes que fazem minha vivência ser elevada, sair daquela realidade crua que eu tanto evito, o que me leva ao segundo "P", a paciência.

Paciência é segurar o primeiro impulso, é ponderar, diferente da paixão não se cria sozinha ou é descoberta, a paciência é um trabalho braçal de erro e acerto, um exercício diário de humildade, por que tem muito poucas coisas que a gente consegue resolver nessa vida, e a maioria (das poucas), que conseguimos resolver, estão na nossa esfera subjetiva. É uma arte que se conquista com os anos, um tesouro que nos é dado à medida que fazemos aniversário, e é surpreendente perceber que no final do dia, o não fazer nada é o maior feito.

E como uma forma de conciliar esses dois primeiros "Ps", eu me encontrei com a teoria psicanalítica, na investigação do inconsciente, das questões que deixamos escondidas para não ter de lidar, coisas que precisam ser entendidas, elaboradas no jargão, para não formarem uma bagunça enorme na nossa psique. Não existe uma definição de quem somos, por que nos metamorfoseamos em diferentes papéis, isso é humano, mas podemos procurar entender o nosso desejo. Esse é caminho para o verdadeiro sucesso da investigação, um caminho contínuo de descobertas diárias.

Por fim, eu entro no quarto "P", de pilates, o que na verdade foi um jeito de completar os 4 "Ps", por que foi uma atividade que funcionou para mim - insira aqui qualquer outra que te faça bem. O pilates me ensinou a prestar atenção no meu corpo, em cada parte dele, e consequentemente a deixar a minha cabeça descansar nesse ínterim. Foi algo muito revelador perceber que o comando da cabeça não dizia nada ao movimento que eu queria do corpo até que o próprio estivesse pronto para fazê-lo por meio da prática, o que foi mais uma das lições de paciência/humildade.

E então os "Ps" vão circulando ao meu redor enquanto eu tento me equilibrar nesse slackline louco que é a vida. Boa sorte a todxs xs equilibristxs!

Aufwiedersehen!!