E tem mais...

(...)

Um monte de coisa misturada..

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

e veio a neve pra acalmar os ânimos...

Eu e minha natureza pretensiosa...sempre com a certeza de saber o q vem em seguida, sempre achando saber o bastante...sobre a vida, sobre as pessoas, e finalmente, sobre a neve...hehee...aliás ainda não contei sobre duas novas características minhas: primeira, tenho hj total consciência de como os gagos se sentem..devido ao meu não tão vasto vocabulário germânico, as pessoas costumam me ajudar a terminar as frases, e normalmente esperam um pouco mais do q o necessário a minha resposta sair...hehe...outra coisa, voltei a ser uma criancinha, pq falo engraçado as palavras, e por ser "uma gracinha" nunca ter visto a neve...até ontem meus queridos!

Tudo anda com outra atmosfera aqui na minha vida, acho q a primeira sequência do meu filme "chegada ao velho continente", está no fim...aqueles três meses de euforia, depressão, auto-adaptação e tudo o mais já acabaram..encaro agora uma rotina, rostos conhecidos, a razão de tudo, uma língua já conhecida. A crise dos três meses. Muitos devem pensar agora, é o momento em q ela diz:pronto, encontrei meu lugar ao sol, (ou o q resta dele..parece q o Brasil pega boa parte do nosso amigo só para si..), ficarei na Europa. Não. Resposta errada. Hj sonho mais do q ontém com a minha volta...é um desejo frequente, e as pessoas q eu deixei no Brasil estão cada vez mais presentes no meu cotidiano, não sei explicar...talvez alguma forma incosciente de compensação...sinto todas as pessoas queridas em diferentens momentos aqui comigo, dividindo um sorriso, um comentário tonto da televisão...uma pessoa engraçada na rua, escuto sempre um comentário no meu trabalho..mas isso tudo só aqui dentro de mim...Meu Deus!E não, não estou me tornando uma instrospectiva sem volta...aha..vivo muito esse mundo, conheço as pessoas, divido histórias, é afinal a minha parte preferida...sei lá..talvez eu apenas sinta falta do curso de alemão...viver só pro trabalho não é tao interessante assim...

Combinei de me encontrar a tarde com minhas amigas...foi lá q neve começou a cair sem parar...e foi lindo...lindo lindo...não sei como descrever...na verdade, eu achei q não esfria mais, fica meio constante a temperatura, acho q meu medo do inverno está passando...ufa...então, estavámos, eu, a turca e a minha amiga brasileira conversando em inglês, a "língua universal", no trem a caminho de stuttgart,..conversa vai, conversa vem, o assunto era Jazz Music...e minha amiga brasileira contava sobre as raízes desse estilo musical,eu falava sobre uma critica de um filme do Coppola sobre Jazz q eu havia visto, q eu achaava q valeria a pena ela ver..e tudo o mais...num momento eu perguntava sobre as diferenças entre Jazz e Blues...minha amiga tentava me explicar, quando de repente um cara do nosso lado diz "desculpe-me interromper, mas eu estava ouvindo (em ingles), então, eu sou músico de jazz..."hahahaha..como assim???Ai ele começou a explicar tecnicamente tudo...tipo, essas coisas acontecem na vida real..

Por aqui a época natalina é linda demais...as pistas de patinação estão prontas nas praças principais, cercadas de feirinhas com vinho quente, cerveja lógico e docinhos...é lindo...como víamos nos filmes, a pista de patinação tem trilha sonora, músicas americanas antigas, tudo mágico...e foi assim..meu fds...domingão tava eu de pé novamente pra um dia todo de trabalho..aliás, nunca mais faço isso...q sonoooo!

Aufwiedersehen!!!

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

estações...

Tive sorte de chegar aqui em pleno verão, há 3 meses e meio atrás...é impressionante como o tempo lá fora pode influir positivamente ou negativamente aqui dentro, no psicológico da pessoa...hj, especialmente, o clima de final de outono, começo de inverno é um convite quase irrestível à depressão...amanhece quase sempre chovendo...a chuva q precede a futura neve...quem sabe esta me traga um pouco de beleza por cima dessa estética morta q é o inverno..meu Deus..como eu não gosto de frio!aahha..deu pra perceber né?Esse frio, esse gelo q as vezes toma conta do temperamento das pessoas daqui...congelante, distante...afff...XÔ!!Fiquem tranquilos...as lindas folhas amarelas do outono podem cair e desaparecer, mas eu continuo aqui, as vezes balançada pelo vento, como as arvores mais frágeis, mas ainda bem presa ao chão q é o meu lugar...

Aufwiedersehen!

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Por que os clichês existem?

Bom pessoal, tô meio ausente por aqui, tenho medo da minha inspiração se é q houve um dia, ter ido pro espaço, mas sempre existem os comentários pertinentes ou não q eu posso fazer sobre filmes...enfim...hj, uma lição de empatia, coisa q eu adoro!e tenho praticado muito...

Título: Assédio Sexual (Disclosure)
Gênero: Suspense
Ano de Lançamento (EUA): 1994
Direção: Barry Levinson
Roteiro: Paul Attanasio, baseado em livro de Michael Crichton

Todos já devem ter ouvido falar desse filme, visto talvez na Rede Globo e passado batido por achar outro "filme vulgar qualquer"...ou pelo contrário, alguém já deve ter se interessado na procura de sexo gratuito, altos níveis de testoterona na tela e tal...mas se procurou por isso, saiu desapontado.
O filme, estrelado por Michael Douglas e Demi Moore é mais um daqueles debates extremamentes necessários sobre os nossos dias atuais, sobre a troca de valores, e em relação à questão sempre patente e delicada da "guerra dos sexos". Falei anteriormente sobre empatia, sobre colocar-se no lugar do outro, como a mesma luz do nosso lado, reflete todo esse mundo do outro lado da muralha?Pq existem certas atitudes?Eu não posso mudar o outro, mas eu tbm não perco nada tentando me adaptar, trata-se de tolerância, até mesmo de inteligência...O muro de Berlin foi derrubado, mas o q acontece com aquele muro q ainda existe entre homens e mulheres, entre superiores e subalternos?Não há mais lógica em se manter na defensiva!

Bom, já "devaneei" sobre o filme e o q ele trata antes mesmo de comentar o filme em si...sorry...O filme conta a hisória de um empresário do até então emergente ramo da informática...o protagonista, Douglas, espera por uma promoção. O filme já abre mostrando o seu lado paterno, preparando junto de sua mulher os filhos para irem à escola...quando ele finalmente chega no trabalho ele começa a ouvir boatos sobre uma outra direção seguida pela empresa, talvez até mesmo pela sua demissão...ao chegar à chefia ele se depara com uma ex-namorada (Moore) em seu lugar...Ela, em seguida o chama para uma conversa, providencia toda a cena romântica com vinho e luzes fracas...e o ataca!A mulher é a predadora nesse situação, ele diz não e sai...

"Assédio Sexual" não se trata de sexo, trata-se de poder. Dai em diante a mulher dispensada e ainda, superior, caça seu subalterno e ex-amante como uma leoa raivosa, querendo virar o jogo pro seu lado, de q ela teria sido assediada...Dentro de todo esse thriller, há a discussão sobre a relação homem mulher, sobre a mudança de posições, e troca de papéis.
A questão é, somos todos humanos, não existem santos, as mulheres podem sim, ser tão cruéis e opressoras, bem como os homens, não existe uma única versão generalizada, o essencial é sempre olharmos os dois lados da moeda, e nunca nos permitirmos ter imagens cristalizadas em nossas cabeças.Tá ae uma ótima dica, um filme muito bem feito, e ainda com uma cena genial de caçada virtual...imperdível!

Aufwiedersehen!!

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Aula de alemão

Hj me despeço do curso de alemão...para voltar no dia 12 de janeiro ou ainda mais tarde...a questão é q eu já tive no Brasil toda a gramática q eu precisava, e a verdadeira aula eu tenho mais ou menos 40 horas semanais no dia a dia...enfim, manhãs livres, metade do salário no bolso e vamo q vamo...mas tenho q assumir q já sinto uma certa nostalgia...apesar das 4 horas diárias e intensas de estudo e blá blá blá ou seria melhor "BRRA BRRRA BRRÁ"...enfim...apesar de tudo isso, e acordar cedo, quase congelar o nariz andando no frio matinal, foi uma parte no mínimo interessante dessa viagem...todos os países, todas as "viagens", todos rostos já conhecidos...algumas amizades continuam, outras se perdem no tempo...aliás, não contei pra vcs, troquei meu grupinho "descolado" todos na mesma faixa de idadee etal, pra ficar nas pausas na sala ainda conversando em alemão com as "senhoras" já casadas, como a espanhola, a polonesa, a moça do sudão (não sei o como se diz...), grega...mulheres sempre fantásticas e fortes.

Ontém, ainda tive um pouco de História..sobre a divisão da Alemanha e a existência da União Soviética..havia sobreviventes na sala, e personagens dessa História tão recente, mas q nos é tão distante e inimaginável...Der Kalt Krieg...a guerra fria. Minha professora italiana, q nasceu e morou parte da vida aqui contou dos tempos dificeis na época da separação (1961) com a construção do famoso muro "Mauer" de 160 km de distância e 3,60m de altura, o q na verdade só veio a oficializar uma realidade que já durava 16 anos (desde 1945). A parte Ocidental, Ost Berlin era a DDR (Deutsch Demokratisch Replubik) cuja capital era Berlin, e a parte Oriental, West Berlin era a BRD (Bundersreplubik Deutschland) cuja capital era Bonn.

Minha professora só de falar sobre o assunto fica notadamente abalada...contou q o marido havia estudado na BRD, na Universidade mais antiga da Alemanha, a Humboldt Universität, e de como ele se surpreende com a nova cidade q aparece diante dos seus olhos hj, a Berlin do Sony Center, depois do muro.
Contou tbm q uma amiga na época, q morava no lado oriental, precisava ir pro lado ocidental visitar um tio, teve q esperar 9 meses para liberação de seu visto de passagem, podendo permanecer do outro lado apenas por 7 dias...Lá tbm, no lado comunista, não havia café nem bananas, produtos q não podiam ser exportados...(a poloneza q comemora como gols as respostas acertadas e carrega uma bolsa da Hello Kit concorda, tbm viveu nessa época).
Descubro tbm q a terra do meu colega e praticamente vizinho, do jovem de quase 2 metros da Macedônia, juntamente com paises como Kosovo, Croácia, Servia, Bósnia, Estônia e outros, faziam parte de um único Estado, a Iugoslávia..

e é isso ae, tudo na prática, toda essa História e o resultado dela diante dos meus olhos...fascinante, mas tbm triste...

Aufwiedersehen!!

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

formas de narrar...

Au-pair Mädchen: moça que, para aprender língua estrangeira, passa algum tempo em casa de família onde ajuda nos afazeres domésticos em troca de casa, comida e pequena mesada. (fonte Michaelis pequeno dicionário Alemão-Português/Português-Alemão).

Essa foi a definição, que eu surpreendentemente achei no dicionário, do q eu "estou" nesse momento. Uma au-pair. Interessante, bem explicativo no sentido prático da palavra, mas cá entre nós, eu tenho pessoalmente diferentes formas para descrever e subsequentemente analisar tal conceito.Minha perspectiva:

Na segunda-feira participei de um ritual muito comum aqui na Alemanha entre as crianças e pais...eles fazem no cair da tarde uma caminhada, sempre nessa época, com todas as crianças do jardim de infância e tbm as mais velhas, as quais seguram recipientes (não sei como traduzir) com velas dentro. Durante todo o percurso eles param e cantam músicas sobre esse "Latern laufen" (algo como caminhada com lanternas). É tudo realmente muito mágico, e durante todo o tempo, eu me senti muito uma "narradora observadora", aquilo me era totalmente alheio, lindo, porém eu não pertencia àquele mundo, e isso era patente, todos podiam notar...quero dizer, "quem q é aquela grandona, morena, com cara de criança segurando uma máquina de tirar fotos na mão??". Fiquei durante praticamente todo percurso observando, tirando fotos, as quais posso postar depois se é q sairam boas devido à escuridão e à precariedade da minha máquina...

As personagens dessa história: a narradora, essa q vos fala,é chamada a participar, transforma-se assim em uma "narradora personagem". A mãe portuguesa de um dos amigos e ex-namorado (Exato!ela jé tem outro...)da pequena, junta-se a mim também como uma estranha nesse ninho de alemães, ela é uma mãe assustada com o filho imperativo e me confidencia o medo q sente dele, quando crescer, esquecer totalmente dela e tudo o mais. POIS!...a nossa língua mãe nos une, bem como a nostalgia da terra de onde viemos...ela é uma dona de casa européia, na Europa, porém não uma alemã. Eu sei quando minha aventura acaba, já ela precisa criar um ser humano em uma terra desconhecida,com pessoas diferentes.

Continuamos juntas seguindo as crianças, tentando acompanhar os dois peraltas q andam rapidamente.No final da caminhada há uma espécie de dança (tipo uma quadrilha), onde os pais no caso eu também representando os pais da pequena, juntam as mãos formando um túnel para q os pequenos possam passar embaixo. A narradora permanece personagem. No final é servido um chá muito saboroso, e pães em forma de cisne são distribuídos as crianças...lógico, q a tia aqui não sabe disso e vai logo com o mãozão pegar um, na réplica a alemã q segura as prendas me avisa: "isso é para as crianças...", com uma cara de tacho..eu, acostumada mais do q nunca com as gafes, peço desculpas e saio de fininho...

Hj tive a experiência de ser um pouco uma "narradora onisciente". Eu conto a história em terceira pessoa, mas às vezes posso me intrometer em primeira pessoa (Machadão de Assis...quem me dera!), e conheço bem o íntimo dos personagens em questão.
Bom, de manhã fui requisitada a ajudar a "Putzfrau", nome interessante né...isso seria a faxineira...poisé...apresento a vcs, Frau Schneider! Já a conhecia nas trocas de horários, quando ela estava saindo eu estava entrando no serviço, coisas do tipo...meio q como um companheirismo proletário (ahhh marx!), ela me confidenciou um pouco da sua história de vida...ela tem 72 anos, três filhos, e faz faxina a 50 anos! "Nicht jeden Tag!" diz ela, não todo dia...mas mesmo assim! É curioso ver uma senhora subindo uma escada e limpando um armário na maior, agaixando e limpando o chão tranquilamente, enquanto eu, uma garota de 23 anos reclamo de dor nas costas por varrer as escadas...curioso no mínimo...E como eles falam sozinhos!! Frau Schneider ganha, enquanto limpa fala, e xinga, como xinga!hahaha...ela me pergunta, "vc entende Scheisse (merda), não?"e eu respondo, "simm...posso entender mais ou menos 65% do q vcs dizem, acredito eu"...e ela solta aquele sorrisão, e a coisa continua como tudo aqui, bem incomum pra dizer no mínimo....

Por hj é só...descobri outra coisa inútil de se fazer, além de varrer poeira de escada e passar pijamas: passar pano de limpar a casa!Sim, eu faço isso tbm!E eu varro, e limpo, e tento me lembrar a realidade provisóra e q tudo isso é trabalho honesto, Faculdade pra quê?!!afffff.....
Alguém me diz quando é a próxima viagem??!dia 27 de nov, cadê vc??

Aufwiedersehen!!

domingo, 9 de novembro de 2008

uma máquina de lavar, um anel,uma camisa, uma tulipa...


Ultimente tem aparecido de diferentes formas no meu dia a dia esse tema "o valor material" ou algo do tipo...assisti esses dias a Labirinto- a magia do tempo (1986), um filme estrelado e com trilha sonora de David Bowie, meio q só por curiosidade suscitada por comentários de amigas sobre como esse filme foi marcante na infância delas, e por eu nunca ter ouvido falar...enfim,rolou de assistir e resumindo, o filme é um pseudo conto de fadas auto-reflexivo, com cenário e personagens surrealistas, tudo permeado pelo tema pop do já citado cantor/ator. Ele
narra a história de uma adolescente tipica, revoltada com os pais e principalmente com o fato de ter q "baby sitting" o irmão mais novo todo fds quando os pais saem, e q por esse motivo fala (da boca pra fora) q quer q o irmão seja levado e tal..enfim...viagens a parte, a grande moral do filme se sustenta no argumento de q as coisas q possuímos não valem nada diante das pessoas q amamos...o q eu achei, no contexto de filme infanto-juvenil e na maneira como é abordado no filme muito interessante e instrutivo para as nossas crianças cercadas pelo consumismo...simplesmente isso.


Entretanto, abordo sob o prisma mais pessoal agora, o valor q os objetos podem agregar na "ausência das pessoas q amamos..". Aqui em casa, a pequena pediu pra ver meu anel q eu nunca tiro do dedo, q foi-me dado como presente de formatura da Faculdade no começo desse ano, e q até então eu usava sem perceber o valor de sua significação...eu aguento tudo dela, tenho no momento uma paciência de fazer inveja a qualquer monje tibetano, mas quando ela começou a fazer graça e a fingir q não me devolveria o anel, o sangue me subiu de tal forma q o sentimento era quase o de uma mãe quando vê um filho ser injustiçado...eu pensava "eu estou aqui, eu me adequo a esse mundo e pemaneço firme no meu dever, mas não brinque com a minha história de vida e com o q me é mais valioso...". Poisé, até eu fiquei assustada com a minha reação. (pra quem tomou minhas dores, a criança logo devolveu o anel,e tudo ficou bem). Nesse meio tempo, na troca de máquina para lavar as roupas sujas, eu aparentemente forcei demais a porta antes da lavagem ter concluído e sim, quebrei a máquina de lavar. (pra quem ficou preocupado com o prejuízo, tá tudo bem agora, conseguiram abrir hj). Mas coisas desse tipo acontecem e eu me supreendo com os resultados das "cagadas" (desculpem o termo)no caminho...o clima estava tenso na hora do almoço, e eu pensava em nem comentar nada, mas aprendi q o melhor sempre é resolver tudo, deixar claro, então pedi desculpa, disse q óbvio q não tinha intenção de quebrar a máquina e tal...e no fim conversamos, e a conversa se prolongou um pouco mais na já amistosa língua alemã...os laços vão se formando, esse é o meu terreno conhecido, o da naturalidade, o da intimidade, e fato é q eu não sirvo para a formalidade e para nada q seja artificial.
Na hora de pendurar as roupas já lavadas tirei a camisa do time de futebol do Brasil, presente ganho pela chefia...penduro todas as roupas com muito cuidado, mas a sensação de pendurar essa camiseta desse amarelo reluzente é correlato ao hastear a bandeira do Brasil, ao torcer na Copa do Mundo, ao desfilar junto aos caras pretas na rua pedindo o impeachmant do collor (sim, eu andei com eles na época, com meus pais)...eu estou longe e sinto falta da minha terra, "q tem palmeiras, onde canta o sabiá.."

Meio q como uma criança, tentando cuidar de outra criança eu entro nesse mundo paralelo, e sonho o dia todo acordada, e sinto com intensidade cada gota de entusiasmo e esperança q brotam no meu peito, bem como o desespero de ter quebrado uma máquina de lavar... Como, pra finalizar...nesse domingo ensolarado, no caminho ainda permeado pelas arvores de folhas amarelas do outono, sentia a brisa no rosto e o companheirismo dessas duas crianças, eu uma de 23 anos, ela, auto nomeada como um "criança-adulta" de seis anos, para comprar flores. Ela escolhe cinco rosas vermelhas, eu fico emocionada só de olhar, no dia do aniversário da minha mãe, um vaso de tulipas, a flor q servia de inspiração para o meu apelido quando ainda criança realmente, a tulipinha...Resolvemos levar 5 rosas vermelhas e duas tulipas. Objetos, sentimentos, tudo se mistura, nesse troço chamado ser-humano.


Aufwiedersehen!!


quarta-feira, 5 de novembro de 2008

ainda Amsterdam



Amsterdam


Amsterdam...

Amsterdam...Amsterdam...por onde começar a descrever essa experiência contemporânea q é a capital da Holanda?Bom, alguns dados talvez pra aquecer... a cidade possui 750 mil habitantes, e mais de 750 mil bicicletas. Isso mesmo, vcs entenderam direito, tem mais bike q
q gente em Amsterdam, e isso é só pra começar a molhar o bico em tudo de anormal q é fato e existe por lá, em comparação ao resto do mundo.

Sobre a minha viagem...partimos com uma galera de Düsseldorf (voltando de Berlin consegui finalmente, na sexta a tarde chegar no estado de Nordheim-Westfalen), saimos de lá umas 21h, e depois de duas horas, Euroooopa, estávamos em outro país, no caso, a Holanda.
Ao chegarmos, pagamos o hostel com o libanês lerdo da recepção e caimos na balada, pra ver qual q era...a partir desse momento comecei a observar o mundo louco volta de mim...parecia q eu estava literalmente dentro de um filme do Tim Burton (Edward Mãos de Tesoura, o do Bittle Juice, e o ramake da Fábrica de Chocolates, normalmente os filmes são estrelados pelo Johnny Deep), é um mundo mágico, paralelo, e toda a História q acompanha a cidade tbm é muito louca.

Resolvemos no dia seguinte, diante do lema "eu viajo pobrão", de autoria das minhas amigas, acompanhar um tour de graça pela cidade. Vale lembrar q esse "de graça" quer dizer q acompanhamos o guia despojado de pretensões, e no final ajudamos com uma gorjeta, é isso.Pra quem tiver essa oportunidade vale a pena, durou umas 3 horas, e cada uma de nós (estavámos em 5 demos 2 euros) a nossa guia de Nova York. A menina manjava tudo da cidade, e eu perguntei pra ela depois quanto tempo ela tava lá, esperando sei lá, uns 5 anos no mínimo, ela me respondeu, 2 meses.heheheh...quem pode pode, quem tem memória tem.É isso. Ahh..acho q em todas as viagens terei uma histórinha sobre a praga brasileira em todo canto...tinha um cara entregando uns "vale tour" pra galera q queria participar, ai a gente chego e começo a trocar em idéia com ele, tudo em inglês, ai mandamos um "Where are you from?",e ele "Brazil"...eheheheh...ridículo..a gente lá 15 minutos, seis brasileiros falando em inglês pra perceber depois q todo mundo é brasileiro.Enfim..continuando...minhas impressões:

...Além do lance do Tim Burton (veja bem, eu vou tentar descrever e tal, mas Amsterdam não tem como..só estando lá), eu tbm ouvia direto na minha cabeça ´the doors´, mais especificamente "riders on the storm", tipo, "cavaleiros na chuva", não sei se é pq chovia, como sempre nos dias q eu resolvo fazer turismo, não sei se pq the doors realmente tem tudo a ver com Amsterdam, não sei...só um devaneio pra constar.

Pegamos nosso tour finalmente, eram 11 e meia, e continuamos até as 15h mais ou menos...parando antes pra almoçar. O q aprendemos? A título de informação, Amsterdam foi o lugar em q a famosa Anne Frank se escondeu dos nazistas na época da 2a guerra, a menina de 13 anos escreveu um diário durante os dois anos em q viveu no porão de um escritório com entrada secreta com a família, até serem delatados aos nazis...ela conta sobre o medo da morte, as angústias da vida fugitiva, e até mesmo questões pessoais de uma garota normal de 13 anos. Seu sonho era ser uma escritora famosa.Bom, ela e sua família foram encontrados e morreram em um campo de concentração, só o pai sobreviveu para publicar seu diário q já foi traduzido pra mais de 60 línguas!Lá em Amsterdam tem a casa em q eles se esconderam, e do lado fica o museu da Anne Frank.

Sobre a legalização das drogas e do sexo pago. Prostituir-se foi desde sempre um ofício como outro qualquer na Holanda, as trabalhadoras pagam impostos, tem férias, tudo de papel passado. Essa é a parte mais surreal da cidade, todos ouvimos falar do "Red Light District", o bairro onde as mulheres ficam expostas nas vitrines para serem "vendidas", mas ver isso pessoalmente é outra coisa..nao tem como explicar...vc está andando na rua, há várias vitrines, de repente uma mulher de calcinha e sutiã, depois um vestido, depois um restaurante respeitável, tudo coexiste na mais pura normalidade...não se deve tirar fotos delas, existem muitas histórias, mas elas podem correr atrás pra pegar a camera, ou até mesmo jogar xixi na pessoa...coisas do tipo...coisa de loco!

Bom, sobre as drogas...nos anos 70 mais ou menos, havia por volta de 10 mil viciados na cidade, tudo era caos, as pessoas estavam realmente preocupadas, as autoridades idem, a solução encontrada foi a legalização da maconha, q aconteceu em 2000. No caso de Amsterdam pode-se dizer q a decisão foi bem sucedida pois hj há apenas por volta de 800 viciados na cidade. Agora na realidade, a maconha q é considerada uma droga mais leve não é realmente legalizada, ela é tolerada...é ai q entram os "coffee shops", q são cafés onde são vendidos os mais variados tipos da cannabis sativa, lá não é permitido vender bebida alcoolica nem fumar tabaco, o q é no mínimo curioso, mas enfim..é Amsterdam.

Enfim, acho q isso é tudo q eu lembro mais ou menos...a foto abaixo é o símbolo de Amsterdam, os três x...posso dizer por mim q essa cidade me causou com certeza uma impressão de "q bom q ainda existe um lugar no mundo q põe à prova coisas inconcebíveis pro resto das pessoas, e funciona por incrivel q pareça!", e me deixou tbm muito perplexa com sua existência...
um mundo de sonhos bons e maus, algo inexplicável q eu vi com meus próprios olhos e até agora não consigo acreditar...e isso é tudo... agora voltarei a passar os pijamas da chefia, varrer escada com medo da morte, e guardar essas memórias...










Aufwiedersehen!

terça-feira, 4 de novembro de 2008

o relógio da Alexander Platz


berlin


Olha o horário do Brasill!!!

berlin


Ah Berlin...


...onde eu parei?Ah sim...eu fui pra minha casa, de volta pra outro estado,Baden-Würtemberg (veja bem, é importante q vcs percebam q eu quase andei a Alemanha de cabo a rabo, só falto Hamburgo e região...), dormi na minha caminha, troquei minha desconfortável mala de rodinha de outrora por uma boa mochila, abri mão dos supérfluos em homenagem às minhas pobres costas e parti, depois de um longo suspiro, de volta e com coragem pra "estrada", ou trilhos...


Cheguei em Berlin mais tarde do q o planejado, por volta das 18h, encontrei com outra amiga na Estação e partimos pra casa do nosso hospedeiro (parece q eu to falando do mosquito palha, ou aedes aejypt, mas vcs me entenderam...), bom, isso tbm merece um parágrafo a parte. O dono do apê é um ex-yuppi reformulado a rastafari, isso mesmo, ele é um alemão, como todos, azinho azinho bezinho bezinho (geneticamente falando), no popular, um lemão de rastafari e acessórios africanos, cujo próximo e singelo desafio é viajar de Berlin para Hanói (isso mesmo, tenho certeza q vcs sabem q essa é a capital do Vietnam). Vcs devem estar pensando..."blz, uma cidade exótica, mas q q tem de mais?". Ok, concordamos com o fato de ser uma cidade exótica mesmo indo de avião na primeira classe, mas amigos, o cara quer mesmo é ir de bicicleta!Isso mermo!pra não falarem q eu to inventando, ele tem até um site, uma equipe de assessoria (os brothers dele, mas mesmo assim), uma música feita em sua homenagem, tudo só pra esse projeto, no qual ele parte dia 15 de dezembro e por quatro anos continua até seu destino final. Se alguém ficou curioso acessa pelo you tube:http://www.youtube.com/watch?v=1sO4cBgw_a8&eurl=http://www.orkut.com/FavoriteVideos.aspx?rl=ls&uid=17185845118561996667
Enfim, na mesma casa, estavam hospedados três representantes da lingua inglesa, o q é curioso se pensarmos, uma irlandesa, um canadense, e um americano. Eram eles, os gringos, eu e minha amiga carioca.Saímos pra uma balada de reggea, coisa quase inexistente na Alemanha, só em Berlin mesmo, com direito a um africano me alugando falando em alemão, e a uma quase briguinha depois q meu amigo canadense pediu pro cara se tocar e me deixar sossegada, mas tudo dentro da civilidade européia.

Bom, saímos no dia seguinte mais uma vez, munidas de guarda-chuva, casacos, calça, meia calça, luvas compradas no caminho, e ainda com frio no clima agradável de 4 graus!Mas tá valendo, Berlin, pelo menos pra mim (em tudo q se refere a turismo tenho aprendido a importância de termos personalidade, cada um tem uma cabeça, uma memória, e portanto, uma percepção totalmente peculiar de cada lugar famoso ao visitar), logo q eu cheguei na Estação Principal (vamo aprende alemão pessoal, chama-se Hauptbahnhof), já senti aquele clima de cidade q não pára, o mundo lá fora, tudo era deslumbrante aos meus olhos, e quase q subitamente o cansaço da viagem, e o desconhecimento desse mundo desapareceram, essa impressão foi constante até o momento q eu sai da capital da Alemanha rumo a Amsterdam.

A foto acima, como vcs podem imaginar é de uma parte do muro, na verdade próxima de onde eu estava, na Treptower Park, lá tem uma portinha onde vc pode comprar souvenirs e tbm tem um senhor alemão muito figura q carimba o símbolo da antiga Alemanha Oriental e da Ocidental, e mais um do ursinho símbolo da cidade no seu passaporte por um euro cada, bem legal.ah, e detalhe, conversando alto como sempre, pagando sempre de brasileiras do lado do muro, vem uma menina e diz, "vcs são brasileiras?" e pede pra tirar uma foto dela...ela mora em Barcelona e no final das contas continuou o passeio a partir dai conosco..."tipo, as duas no Brasil, e alguém pergunta, e ai, de onde vcs se conhecem? ahh...do muro de berlin..hehe", bem normal.
Enfim, seguindo (sempre embaixo de chuva), pega-se o trem da cidade para a estação Alexander Platz, q sai em uma praça, onde fica o relógio mundial e a torre da tv. Continuando esse percurso, vc passa pelos Ministérios, pela Catedral romana se eu não me engano..hehe...pelo Museu de História, e outras coisas...vale lembrar q em Berlin toda quinta a partir das 18h os museus são de graça pra entrar! Continuando o mesmo percurso, no final da rua encontramos o Bradenburg Tur..enfim...lições sobre História posso oferecer sobre Amsterdam pq acompanhamos um tur de graça pelas ruas, mas sobre Berlin vou ficar devendo..
Uma observação sobre o final do passeio, descendo na estação Postdamer Platz vc sai direto dentro do Sony Center, e esse lugar vou ficar devendo uma descrição melhor, não tem como explicar aquele, é como um salto repentino no futuro, uma visão da tecnologia humana em seu ápice...infelizmente minha máquina fotográfica não cooperou nessa altura da noite, mas vcs podem procurar imagens no google, vale a pena...
continua, mas só amanhã..sobre Amsterdam...








senta que lá vem a história




E ae pessoal?!Saudade de todos vcs e seus poucos porém válidos comentários..hehe...Bom, como todos sabem, parti em uma jornada um tanto quanto especial no último dia 26, nas chamadas férias de outono daqui...pegando carona nas férias da minha pupila. Resumindo aqui, e já adiantando, foi uma experiência surreal, no sentido de ter-me dado muita experiência a respeito de várias coisas aqui na Europa, e pra vida tbm; por ter sido extremamente estafante(se é q existe essa palavra); por eu, pra variar, ter me dado mal e (re)encontrado o Murphy e sua lei totalmente crível; por eu ter estado em lugares maravilhosos quando a chuva cessava e o sol aparecia; pelos encontros humanos e da própria natureza ao acaso...enfim...foram quase 10 dias inexquecíveis na minha vida...mas como esse site tem como prioridade a experiência de vida sempre acompanhada de alguma esforçada filosofia, e não somente da vida pessoal, e tbm pq essa q vos fala, por incrivel q pareça é um tem suas reservas, poderei dividir um pouco de todo esse meu "conhecimento" cultural decorrente dessa aventura (dentro da aventura maior) com vcs.

A foto acima, pronta pra fundo de tela relaxante, é na cidade de Passau, q fica no sul da Alemanha, na Bavaria (onde eles guardam as cervejas mais maravilhosas do país!). Essa encantadora cidadezinha faz divisa com a Austria, país esse q se encontra do outro lado do rio acima. Nesse mesmo rio, há um cruzamento mais pra frente, de mais dois rios, é o encontro de três rios: Danubio, Inn e Ilz. E q também hospeda um grupo enorme de brasileiros dos estados mais variados, para estudar na Universidade ou mesmo trabalhar, dentre eles, pessoas maravilhosas q eu conheci.

Passamos um dia ensolarado em Passau, e depois seguimos para Regensburg, também na Bavaria, próximo a Munique. Lá conheci tbm uma bela cidade, mas o melhor estava reservado aos amigos q pude reencontrar, e com os quais pude ter um pouco dessa vida saudosa de república.Decidi estender minha parada lá por mais um dia, portanto, na terça de manhã sai cedinho embaixo de chuva para pegar o bahn, para segundo meu planejamento prévio, ir para Colônia certo?Errado!Assim q eu cheguei na Estação de trem eu me dei conta de q havia esquecido meu celular na casa da minha amiga, pensei em continuar mesmo assim, mas eu precisava dele para combinar o encontro nas outras paradas, com os demais acompanhantes. Então, tive q ir atrás da minha amiga no trabalho, pra pegar a chave da casa dela, pegar o celular e depois voltar e pegar um novo bahn.O detalhe: eu não fazia idéia como ir pro trabalho dela e depois como chegar na casa dela! Bom, eu liguei pra ela de um orelhão, e pra resumir, no final das contas, surpreendendo-me com mina perspicácia afinal, eu consegui pegar a chave, chegar na casa dela, chegar na estação e tudo bem. AINDA NÃO! Estava eu toda feliz e contente, (nem tão feliz, fazia um frio desgraçado, ainda não sabia da importância da meia calça nessa altura), entrei no trem q chegou, meio distraída e fui seguindo viagem...depois de quase 2 horas de viagem eu percebi q, ao invés de estar subindo para os lados de Colônia e Düsseldorf, eu estava voltando pra Frankfurt, perto da minha cidade!Na verdade eu vi o nome "Colônia" e já entrei, mas o trem tava voltando e não indo pra lá!!!Bom, no final das contas, eu pensei, se eu tentar de novo pegar o trem vou chegar lá tardezinha, nem vai dar tempo de ver nada, quer saber, vou voltar pra minha casa e regarregar as energias...e foi isso...fiquei pulando de trem em trem, estação e estação, inutilmente o dia todo!Ainda bem q meu bilhete valia pro dia todo, pra qualquer lugar da Alemanha...sempre pode ser pior, lembrem-se disso!

continua...