E tem mais...

(...)

Um monte de coisa misturada..

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Crash

Eu comecei a escrever uma postagem para o meu blog de cinema, mas quando me vi imersa em meus devaneios, percebi que a mídia utilizada se equivocava para o meu fim atual.

A última noticia do mundo futebolístico diz respeito ao tratamento tido como racista (e porco, de cuspir) do jogador do Palmeiras, Danilo em outro jogador do Atlético, Manoel, por ter chamado um homem negro de "macaco".
Curiosamente, ontém assisti novamente a um dos neo-clássicos do cinema, Crash: no limite (2004 - dir. Paul Haggis), com roteiro baseado em história do próprio Paul Haggis, roteirista também. Foi em 2004, que o posterior ganhador do Oscar de melhor filme (além de roteiro original e edição), cutucou fundo na ferida de toda a sociedade, e quando eu digo toda, eu quero dizer TODA. Três anos após o 11 de setembro, um americano escreveu e filmou a história de nossas vidas.
Trata-se dessa coisa contraditória que temos de repelir e ao mesmo tempo atrair pessoas. O detetive negro Graham (aqui, como na vida, são essencias as características fisicas), interpretado pro Don Cheadle, logo nos introduz, na primeira cena do filme com o seu devaneio sobre as pessoas, algo como: "Aqui ninguém te toca. Essa sensação de toque, nós sentimos tanta falta disso, que nós nos esbarramos uns nos outros para que possamos sentir algo."
E nessa odisséia de negros, chineses, coreanos, iranianos, mexicanos, brancos, ricos, e pobres, encontramos muitas pessoas totalmente diferentes, com o mesmo pensamento de diferenciação, quando a luta interna, contra o racismo se torna ainda mais perigosa que o próprio racismo. Não já vilãos ou heróis, há pessoas de carne e osso, há nós mesmos lutando contra nossas falhas de caráter ou falhas da nossa própria formação segmentada pelas diferenças, ou talvez pelo próprio ser humano..quem sabe. O filme apenas mostra a verdade que insistimos em não aceitar. E ao mesmo tempo que é feio, nos é quase inato, nasce conoscoDe alguma forma indolor acaba penetrando em nosso temperamento, personalidade e está ai, em cada um de nós, sem distinção.
Mas o filme mostra algo a mais..como todo bom enredo, há um outro lado, sempre há. O ser humano, em Crash, não nasce mal ou bom, ele nasce contraditório, uma junção do ruim e do bom ao mesmo tempo, em um jogo de ação reação quase que involuntário.

O jogador de futebol foi tão racista assim, tão mais racista que todos nós, ou talvez menos racista que o negro que foi chamado de macaco? Os sentimentos em aplitudade, praticamente nos retiram a razão, e o que aparece normalmente não é agradável, é o mundo de crash, às vezes nem há um culpado...
Aufwiedersehen!

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