E tem mais...

(...)

Um monte de coisa misturada..

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Balzac, chiclete, massa e roupa

Comecei meu curso de Criação literária, e tem sido um desafio "estimulante" toda segunda e quarta conseguir chegar com menos de uma hora de atraso. Minha pálpebra tem pulado muito, com espasmos contínuos que vêm e voltam, acredito que por esse stress da metrópole, de estudar, trabalhar, e fazer esportes...vou aos poucos até dominar todas essas atividades. O primeiro exercício do curso se consistia em um desprendimento do escrever, um exercício bem interessante de concentração. Partia com uma música, duas músicas, às quais deveríamos escrever a letra, e aos poucos irmos nos desprendendo delas, para assim escrever o que viesse à nossa cabeça. O escrever pra mim, muito menos que um tipo de arte ao qual almejo, sempre foi uma necessidade latente. É o modo que eu encontrei para me expressar mais profundamente. Nesse jeito meio Brainstorming de escrever, acabo chegando a certos recônditos aos quais não teria acesso se não fosse pela escrita..uma aventura diferente, e que por vezes me dá um certo medo. Eis o que saiu dessa primeira excursão mais séria:

Como será que Balzac escrevia...
Ele tomava muito café,
minha cabeça dói, é fome.
Vou jogar fora meu chiclete.

Chiclete que faz mal pra digestão.
Chiclete ao invés de escovar.
Chiclete pra beijar o menino,
chiclete que ele tirou no beijo,
a primeira coisa a tirar.
Chiclete dado pro amigo,
de hortelã, chocolate, ou de ontém.
Apenas chiclete, quem sabe convite.

A massa é uniforme.
O cara ficou burro, a mulher pior ainda.
Ninguém se diferencia, e se um esbraveja,
já se foi, tudo sequência, vira holocausto.
Se sai da massa vira monge.
Monge não come nada, e aí...
não vale a Pena, a Vida.

A roupa que te veste
não é a roupa que você compra.
Você veste a roupa que te colocam
até o momento em que você ama,
ai você rouba a roupa do corpo do outro
e depois nem lembra como é ficar pelado.

Eu quero jogar fora meu chiclete,
tirar a roupa do dia todo,
a roupa que me colocaram.
Quero comer quiném gente
dentro da minha casa estragada de antes,
minha comida feita pra mim.
Um amor sempre cai bem,
mas hoje fico feliz só,
minhas idéias só mais um chá de abacaxi,
como eu amo abacaxi!
Já que eu não amo mais ninguém...
Por que amar, de verdade mesmo,
só se ama a si mesmo,
e se não assume que ama,
ai finge amar a toda gente e ao mundo,
e tropeça, e ama errado, por que não assume.
Não assume que é humano.

3 comentários:

Laís disse...

Oi, Vanessa
Estou na sua sala de criação literária e para mim tem sido uma experiência muito boa. Li boa parte do que você escreveu aqui e gostei bastante da sua forma de se expressar e se expor, no sentido positivo do verbo. Ficou bacana seu exercício. Um abraço!

Unknown disse...

A-M-E-I e pensei em TANTA coisa!

Isa Bela disse...

Oi, Arnaldo Antunes?!

Que orgulho!!!!