E tem mais...

(...)

Um monte de coisa misturada..

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Mana

Lembro que te conheci há sete anos, era março. Você era uma menina magrela com jeans altos meio antiquados pra época do cofrinho aparente, tinha os cabelos em um tom loiro escuro presos em coque, usava brincos delicados e dourados mais uma corrente de ouro por cima da blusinha comportada, onde balançava a metade de um rosto. Ao seu lado, outra corrente idêntica pendia com a parte que faltava. Seu escolhido de hoje, ontem te completava em um abraço. Aquela cena está gravada, assim como a evolução das impressões desse dia até nosso relacionamento na vida adulta.
Dificil pensar em alguma coisa que não fizemos juntas. Tantas vezes nas minhas repetidas histórias contadas, esqueço de te incluir no discurso, e você me chama a atenção e me diz “Eu tava junto!”. Inútil pensar que você estava, quando por boa parte desses últimos anos você se tornou um extensão de mim e vice e versa. Uma dupla, uma parceria, uma coisa fraternal. Duas irmãs grandes e muito jovens escolhendo uma casa para morar. Duas irmãs chorando ao perceber como o mundo é complicado, e como pagar contas dá trabalho, pra em seguida tomar uma cerveja assistindo à sessão da tarde. Duas irmãs se divertindo, e rindo, e dançando esquisito, e rindo mais um pouco. Duas irmãs procurando emprego, e trabalhando juntas pra ganhar nada.
Os conselhos antes de dormir, a ansiedade na época de ir embora, de deixar pra trás aquilo que se tornou o nosso sonho possível e realizado, a faculdade que pode não ter sido a certa, mas que no final das contas juntou os nossos caminhos. Matão, Araras, Alemanha, Estados Unidos, São Paulo.
Parece um presente, esse presente que fez do nosso medo maior em 2007, uma coisa que não deu certo. A nossa separação.
Sete anos se foram, e que orgulho, e que felicidade, e só um tiquinho de nostalgia ao pensar em tudo que a gente viveu.
Você escolheu um futuro lindo. Aquele que já estava traçado há 10 anos, ao lado do melhor homem. A mim agora, cabe dizer te amo e boa sorte, tudo de mais lindo no começo dessa nova caminhada.
Hoje te vi sair da casa que era nossa, perfumada e sofisticada com seus cabelos lisos, repicados e soltos. Agora continuamos, cada uma no seu quarto depois de seis anos juntas.

Aufwiedersehen!

2 comentários:

Juliana disse...

Como mulher que sou, e sentimental, confesso que derramei uma lágrima! Lindo texto Madre, lindo.

Ana Paula Torquato disse...

UAU!!! não posso dizer nada além de obrigada! O sentimento é de irmã mesmo, e vai ser assim p o resto da vida! Uma mistura de querer proteger, de querer tirar sabedoria dessa pessoinha grande, de querer não desgrudar, pq o tempo contigo é muito bom. Não moramos mais juntas, mas vem ai uma outra parte da nossa amizade que desconhecemos...e assim vai!