E tem mais...

(...)

Um monte de coisa misturada..

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Interlúdio

Tenho feito muitas coisas ultimanente, comecei a ler quatro livros diferentes sem termina-los, ando brigando muito com a gata que mora em casa (inclusive agora, que sobe em meu teclado e suja meu colchoado novo com seus pêlos brancos), tenho trabalhado, passado frio, praguejado contra o frio, e também - como falamos no trabalho - tenho feitos alguns backups para a industria cinematográfica (baixado filmes da internet), fiz muita coisa, menos escrever, e eu sinto falta. Essa cidade te uma coisa acelerada que te pega, tem sempre algo acontecendo, algo muito interessante, e acho que é isso que me apaixona em São Paulo. Acontece que existem diferentes tipos de acontecimento, e com um pouco de experiência (cof cof), percebi que não precisamos nos movimentar, viajar, ou dar uma grande festa necessariamente, para que algo importante aconteça. Coisas alucinantes acontecem dentro de nós, na nossa eterna busca pelo auto conhecimento. Enfim...dos quatro livros, tenho batido um papo com Tim Maia e aquele talento monstruoso dele que vinha com um acessório também grande, seu temperamento. Além do Tim, tem o Washington, o Olivetto. Estou na publicidade há quase dois anos e ando curiosa com esse mundo. Washington também tem um talento enorme, mais palpável talvez, e um bom temperamento. Olho pra caras desse tipo e não consigo almejar menos. Sinto-me velha mesmo com 25 anos (quase 26). Sinto urgência, mas também sinto cansaço, por que cansa mesmo. Sinto frio.
Foi sempre pela escrita que eu consegui ficar vulnerável, entender um pouco o que se passa dentro dessa mente hiperativa que vive em uma moça tão sossegada. Em um desses filmes que eu baixei (tenho preferido os clássicos que separo por diretores: Bergman, Hitchcock, Truffaut),"Interlúdio" de Hitchcock, senti uma espécie de apoteose menos apoteótica, em relação a essa minha paixão avassaladora. Eu não amava o Cinema como arte, ou talvez um trabalho, eu amava (amo), o Cinema como contemplação de uma vida, e quanto mais estravagante e bela melhor. Algo que minha psicanalista afirmava com a sutileza que lhe é peculiar, e que eu entendia apenas como uma metáfora. Eu vivia o que Alicia, a personagem de Ingrid Bergman sentia por Duvlin na pele de Cary Grant. Eu viajava com eles de Miami para o Rio de Janeiro, planejava aventuras e sonhava com um mundo melhor.
Aquilo não me entristeceu, apesar de ser triste, aquilo de certa forma me fez pensar em começar a viver eu mesma a minha história. Uma menina sonhadora pode ter muitos problemas com a realidade.

Aufwiedersehen!!

2 comentários:

Fábio Babo Grigoletto disse...

iixii...rolou uma identificação por aqui.rs

Rafael Pelegrina Pieroni disse...

Provavelmente isso faz parte da idade, melhor ainda, acompanhada da maturidade que vem com ela. Sinto coisas semelhantes demais as que vc escreveu. O melhor disso tudo, é o autoconhecimento que se adquire nessa etapa da vida. Escrevi algumas coisas tb pra registrar os devaneios boêmicos de um pobre literário anônimo, eu.