E tem mais...

(...)

Um monte de coisa misturada..

sábado, 23 de fevereiro de 2013

A comédia romântica e o imaginário feminino

Ele é encantadoramente vulnerável e corre com um sorriso bobo pelos corredores de um aeroporto ao seu encontro, por que ele não poderia aceitar a ideia de esperar você voltar de uma viagem dali a duas semanas pra dizer que descobriu que te amava todo aquele tempo. Descobrir que aquele amigo que estava sempre ao seu lado, na verdade é magicamente o homem da sua vida? Essas imagens são particulares? Essa ideia de que existe algo para ser achado, e que só precisamos prestar atenção para pegar o que nos pertence, algo pronto e reluzente. Esse sentimento arraigado, essa meia esperança que não confessamos, é familiar? Ouso dizer que a maioria das mulheres participa do imaginário coletivo da comédia romântica. Eu faço uso desse gênero há muitos anos, esse produto desenvolvido para fazer o consumidor se sentir bem, de alguma forma abraçado, a tal da esperança que como um bom chocolate está para a tpm naquele propósito pontual, mas a longo prazo acarreta celulite, como as comédias românticas estão para a saúde dos relacionamentos posteriores. Ficamos buscando aquele clique, aquela conexão dos céus, quando na verdade esse clique é uma construção cotidiana, uma vontade recíproca de estar juntos, uma parceria. O que me levou a pensar nisso foi a sequência de uma nova leva de filmes do gênero, esses mesmos direcionados ao público feminino que não acabam no tradicional beijo do happy end, tenho visto filmes enveredando por outro lugar, um lugar incomum na ficção, mas paralelo à vida real dos foras, da falta de química, da falta de assunto e de tudo que é meramente ordinário. Tenho visto filmes de entretenimento com essa pegada, séries inclusive, o público feminino agora tem uma voz factível, acredito que muito pelo fato de as mulheres estarem escrevendo mais. É uma nova mensagem enviada, e que pode mudar muito a longo prazo. Saberemos esperar pelo cara comum, de carne e osso, poderemos ver o glamour em atravessar a rua de mãos dadas sem pedir por uma super produção? Talvez. Aproveitemos os filmes de romance mais realistas como bons chocolates diet. Ver no blog de cinema as minhas observações sobre o filme "Bacherolette" (2012). Aufwiedersehen!

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