E tem mais...

(...)

Um monte de coisa misturada..

segunda-feira, 14 de março de 2016

A passagem do tempo

Confesso que ando meio perdida, meio como se tivesse sido colocada de standby pelas consequências. Completo um ano de emprego fixo nessa semana. Estou em um relacionamento sério pelo primeira vez em 30 anos de vida, e que vai completar quase um ano de existência à distancia. A minha realidade tem sido um desafio frequente e psicológico por mais que pareça conter todos os ingredientes do sucesso.

Eu comecei a pensar na luta feminista a um bom tempo já, quase cinco anos, e fico citando o tempo para mostrar como ele vai nos moldando no caminho, como ele muda tudo, até nossas maiores convicções. A maior mudança acontece dentro de mim, é como se eu estivesse sendo moldada em carne viva e sem anestesia para ser aquela pessoa que nasci pra ser. Eu penso muito sobre o meu lugar no mundo, sou leonina e já brinquei muito sobre a veracidade ou mesmo a plausibilidade da astrologia, encontro alento em juntar pontos no calendário do horóscopo, pontos que fazem sentido para as pessoas queridas que conheço. Talvez os signos só joguem luz a características que todos nós possuímos fazendo com que entendamos ser algo mais específico do que outro, como se fossemos mesmo especiais e diferentes. Pode ser mesmo um grande jogo de entendimento do cérebro, um placebo que vem nas revistas e jornais, nunca saberemos.

A nossa realidade é confusa hoje, principalmente no Brasil da crise econômica e política, não há muito o que dizer que acrescente à discussão, mesmo assim muito é dito todos os dias sem a mínima ponderação. Eu senti uma energia estranha esse fim de semana, do tipo que junto com o tempo cinzento e chuvoso de São Paulo, me colocou pra baixo e me deixou prostrada no sofá - outro placebo talvez, essa desculpa do tempo fechado. Eu me ponho pensando e ansiosa por diagnosticar o que sinto, "seria a saudade do meu parceiro?", ou "o cansaço dos últimos meses de trabalho", "seria a minha conta vermelha no banco"...eu não obtenho respostas, apenas o tempo que vem carinhoso depois de um dia ruim e me presenteia com um novo dia, com sorte ensolarado, com sorte com uma música boa tocando primeiro na lista do shuffle no caminho do trabalho.

Eu diminui bastante a frequência com que escrevo nesse blog no último ano, coincidentemente o ano subsequente ao lançamento do meu livro de bolso. Pessoas me perguntam se vai ter uma nova edição, e eu quase rio meio irritada por que não gosto mais do meu livro ou do que eu escrevi, tudo aquilo parece bobo depois da passagem do tempo por mim e por tudo à minha volta. Talvez hoje eu comece a olhar pra essa mudança com um pouco mais de boa vontade, talvez eu passe a enxergá-la com a atenção que merece, por que eu posso ser muito mais se eu tiver coragem.

Continua...

Um comentário:

Anônimo disse...

é tudo improviso, lembra? Hang in there!