E tem mais...

(...)

Um monte de coisa misturada..

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Sobre a introspecção e o hábito

O equilíbrio nas relações humanas é algo muito difícil de se conseguir, principalmente em se tratando de algo que rege a vida de todos nós. Há pessoas que passam a vida toda sozinhas, e vivem muito bem dessa forma, bem como aquelas que dependem quase que organicamente da presença de outros, de companhia. Como tudo na vida, ainda mais que uma questão de personalidade, penso no hábito. Por um ano estive longe de minha família, e criei um modo de vida basicamente voltado para mim mesma, e o que eu precisava fazer naquele momento. Muitas vezes empacamos em situações facilmente remediáveis, por causa do hábito, e ontém eu tive um exemplo disso. Fui embora do trabalho correndo, peguei ônibus, metrô, corri pra Academia que me custa um dinheiro doído, sentei no vestiário e comecei a me trocar para a aula de yoga. Ao meu lado noto uma garota chorando. Que situação social mais complicada! Eu não conheço a menina, nunca a vi antes, preciso entrar em minha aula, será que ela quer conversar? Vivo contradições dentro desse convívio "forçado", principalmente das grandes cidades, por vezes sinto minha intimidade e sossego invadidos, quando por exemplo algum esperto resolve ouvir seu celular mp3 sem fone de ouvido no ônibus...mas também por outras sinto uma frieza a que nos acostumamos, um distanciamento afetivo da pessoa que está ao nosso lado, e não acho saudável.
Voltando ao assunto da garota, depois ela atendeu o celular e falava com uma amiga sobre um namorado que a havia traído, algo do tipo. Bom, penso eu dentro do meu conflito interno de ser humano, que não era nenhuma tragédia familiar pelo menos...a menina continuava chorando, e olhava para os lados (eu estava bem ao lado dela me trocando, inquieta), ela definitivamente queria conversar com alguém, mas infelizmente eu estava travada diante de tal problema, sou mulher, e não achava tão necessário nesse caso ajudá-la, pq sei que sofremos 96% das vezes relativas a homens por besteira, por quem não merece (mas mesmo assim continuamos sofrendo), e eu não conhecia a menina!!Desisti, não com a mente tranquila, mas certa de minha decisão, eu não ia puxar assunto com a menina desconhecida que chorava no vestiário feminino da academia e ponto! Eis que minhas preces são ouvidas, uma das professoras, daquele tipo que anima e conquista a simpatia de todos a sua volta, entra e pergunta o q acontece com a menina, de uma maneira leve, de boa mesmo...sai dali tranquila que ela estaria em boas mãos. Não foi dessa vez, intimidade realmente não se força.

Aufwiedersehen!

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