E tem mais...

(...)

Um monte de coisa misturada..

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Sóbria

Seria 2013 um ano de sobriedade? Não aquele principio de sanidade alcoólica - mesmo que seja interessante exercer essa atividade depois do aumento da multa da lei seca - falo de um ponto crucial na vida de um adulto, quando este se sente formado como tal, um adulto. Estarei eu, sóbria? Depois de passar pela segunda puberdade, fase que devia ser mais estudada pelos especialistas em crescimento, e fenômeno que pude assistir de camarote dentro da minha cabeça e também do lado de fora através de amigos e familiares, depois que a euforia do término da faculdade passa, depois de cair no mundo real e ver que a vida não se resolve quando se tem dinheiro no bolso e uma rotina confortável. Eu vi um prenúncio da era da gula que mistura com a dúvida, muita dúvida, a confiança com a insegurança, é uma oscilação entre o que já fomos e o que queremos ser, o presente fica lá, meio solto, já não somos mais invencíveis, muito pelo contrário. A ideia de formar a sua própria família começa naturalmente, senão biologicamente, a fazer parte dos pensamentos. Passamos a nos perguntar onde estaria um companheiro perfeito. Perfeição, sempre essa bandida. Esses são temas sobre os quais tenho debatido a exaustão com a minha analista, minha couch do viver, e ela bate sempre na tecla do constante abandono da fantasia, algo muito presente na vida de uma garota que sempre curtiu viver no mundo da Lua. As idealizações caem, o principe desce do cavalo branco que agora assemelha-se mais a um jegue magrelo, a alma gêmea é apenas a esperança de encontrar alguém que segure a sua mão. Eu sinto uma renovação cansada, como se agora eu resolvesse uma equação super complexa. O mundo é isso mesmo que eu vejo, e nada mais. Não tem feitiço, não tem mistério, não tem nem um pouco de glamour, são apenas várias pessoas interessantes ou não, com muitos defeitos e pasme, tantas ou maiores dificuldades para levar uma vida que considerem realmente boa. Tem mais essa, existe um mundão pra fora de nós mesmos, isso é desanimador. Sinto uma grande nostalgia de enxergar esse mundo sob a antiga ótica fantástica, mas como em uma cirurgia de miopia pareço enxergar tudo exatamente do jeito que é, e não tem como voltar atrás. Inês é morta. Estamos no Matrix. Enfim. Aufwiedersehen!

2 comentários:

Carol disse...

Van, q legal q vc já tá pensando nisso! Fiquei mto feliz em ler sobre a sua maturidade, ela veio pra vc de uma forma natural, e com o tempo, vc vai ver q, se alguns sonhos ficaram no passado, o futuro reserva mtas novas possibilidades.
Vc já tá pronta pra passar pra próxima fase, sem ficar pensando no q ficou pra trás. Mta sorte daqui pra frente!
Bjos

Livia Guimarães disse...

Poxa, voce escreve muito bem! e este texto é íntimo, curti!