E tem mais...

(...)

Um monte de coisa misturada..

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Marketing pessoal

Eis um quesito que tenho pensado à exaustão nos últimos tempos: o marketing pessoal. Não aquele pregado em palestras com gurus empresariais, não, digo aquele marketing pessoal do boteco, do nosso dia a dia. Tenho reparado como as pessoas que conheço, as bem sucedidas e empreendedoras em especial, tendem a falar muito de si. Não de maneira exaustiva e incoveniente, muito pelo contrário, elas costumam falar mais em meio a causos e histórias engraçadas que só provam quão interessantes elas são. Eu sempre achei esquisita essa mania de falar de si. Com amigos é comum, mas já me deparei várias vezes com situações sem intimidade, um vestiário de academia, um banheiro de balada (ok, mulheres gostam de chorar as mágoas no banheiro), em que me vi dando conselhos amorosos a uma total desconhecida (justo eu!). Sempre achei divertido isso, mas invariavelmente na sequência, depois de deixar minha desconhecida nova amiga ir, eu ficava com aquela nóia, pensando o que faz uma pessoa entregar toda a sua vida e suas intimidades a um total desconhecido. Por algum motivo, na superfície, eu considerava essa atitude infantil, até inconsequente, mas hoje percebo que na verdade eu admirava essas pessoas e a facilidade que elas tinham de simplesmente se abrirem assim, sem anestesia na presença de qualquer ser humano pronto a ouvir. Lembro-me de um episódio, e eu não vou entrar na questão da cidade do interior e tudo o mais, um pouco antes de ir para a Alemanha e todo aquela arrumação antes da partida, e meus pais orgulhosos com a primogênita que iria desbravar o mundo (lavando bunda de criança, mas mesmo assim...), e como eles gostavam de comentar com quem encontrassem na rua sobre a tal novidade. Um dia, na minha locadora preferida de Araras, lugar que praticamente vivia nos sofridos 5 meses de desemprego pós faculdade, me vi repreendendo minha mãe depois de ela contar a mais uma pessoa sobre a minha viagem. Naquele momento eu achei que fazia a coisa certa, eu pensava estar protegendo minha intimidade, talvez eu tenha me dado muito crédito, afinal, para quem minha intimidade seria tão importante assim, a não ser minha mãe, que se entristeceu na época com a repreensão, penso as vezes que pra ela foi um velado "não se mostre orgulhosa!". Sim, podemos ser desnecessários com louvor. A verdade é que eu aprendi comigo mesma em algum momento que não é educado falar de si, o que me fez viver até então, sem pedir confete, sem pedir feedback, sem conseguir receber de verdade um elogio. Engraçado alguém que escreve um blog chamado "sinceros devaneios", pensar que não fala de si, alguém deve se perguntar. A verdade é que eu falo do meu pensamento em relação as coisas, então o que eu realmente mostro são meus pensamentos, mas um ser humano não é a junção de muitos pensamentos. Continuo pensando nisso, para em um próximo post mais maduro, realmente falar sobre mim. Aufwiedersehen!!

2 comentários:

Ligia Catisti Adorno disse...

Vc é linda em tds os aspectos, interessante em tds os aspectos e alguns mais e possui uma luz capaz de iluminar tdas as suas qualidades e ainda ofuscar os defeitos. Eu, que sem pudor vivo me pondo em enrascadas por conta do eu exposto, admiro aquelas que, como vc, possuem o dom de escrever sem falar na primeira pessoa. Vc se mostra nos espeços de cada frase e é por isso e mto mais que eu te amo um mte!

Gabrielle Albiero disse...

Falar o que pensamos às vezes diz mais quem somos do que dizer propriamente quem somos, Van. Pense nisso. Beijão