E tem mais...

(...)

Um monte de coisa misturada..

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Você não é especial

Depois dos dois lançamentos do livro de bolso, e agora, da repercussão das pessoas amigas que vêm me contar o que sentiram ao ler meus textos, tenho comprovado uma teoria que há pouco tentava elaborar: nós não somos especiais.

Eu sempre me imaginei transpondo obstáculos peculiares "como a pessoa diferente que eu sou", "com a personalidade única que eu tenho", mas não, nossas vidas se tocam e se repetem. Essa conclusão quase me frustra, por que a gente fica tentando achar uma antídoto para uma vida que consideremos boa, em uma equação só nossa, quando todos nós em nossos mundinhos batemos cabeça pelas mesmas questões. Somos imperfeitos e não somos especiais.

De repente, aquelas memórias palpáveis de uma vida, pensamentos que eu tinha desde criança, tornaram-se públicos e eu soube que eles não eram só meus a partir do momento em que eu os libertei. Toda ansiedade de não ser aceito ou de ser amado sem sentir-se merecedor desse amor, todos os foras, os desapontamentos, tudo isso agora não me pertence, mas ao mesmo tempo é o que me construiu como sou. De repente lembro-me da dialética que aprendi na aula de Sociologia, 11 anos atrás. De como eu mal sabia que existia um estudo da sociedade como um todo e de como aquela professora abria os meus horizontes dizendo que a vida é contraditória, que as coisas contém paradoxos, e que talvez enquanto estamos indo já estamos voltando.

A dialética é a arte do diálogo e da refutação de ideias - se me permitem dizer - infinitamente enquanto estamos aqui. Nós não vamos entender pra quê existimos, mas podemos discutir todos os dias sobre. Aprendi que a discussão faz parte da vida, mas mais importante que a discussão, são nossos sentidos, então atenção a eles: ouça, enxergue, cheire, toque. Precisamos lembrar do nosso corpo, ele é mais sábio que a nossa mente que muitas vezes cai em algumas armadilhas do ego e da ameaça.

Eu diria (hoje estou dizendo), que talvez,  a ideia de que não somos especiais seja o único conceito equivocado ensinado pelas nossas mães. Não somos especiais mas somos únicos. Seria o equilíbrio entre se entender como ser humano, sem pensar que as suas necessidades podem vir antes do próximo. Nada novo aí.

Resumindo my friend: você não é especial, mas você precisa aprender a se amar.

Aufwiedersehen!

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