E tem mais...

(...)

Um monte de coisa misturada..

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Cérebro nostálgico

"Olha bem o que você tá falando!"- alertava-me meu irmão em relação a algum assunto de extrema importância, que eu já esqueci o que era. Que coisa chata!Ele estragava minha oratória no ato..."deixe-me terminar pelo menos, que até eu posso mudar de ideia no final e negar tudo outra vez". Meu irmão não é como eu. Ele leva a sério, se aprofunda, se preocupa mais também. Sexta-feira ele se formou, terminou um ciclo muitos diriam, começou a tortura e acabou a mamata outros pensariam baixo. Eu voltei pro começo de 2008, na minha formatura. Como esse dia ficou distante, bem como todos os anos de universidade. Dizem que o cérebro é sábio ao priorizar as lembranças recentes às antigas, um modo prático de seguir com a rotina, o dia a dia, e focar no que realmente interessa para a nossa sobrevivência prática: a nossa realidade atual. Mas como lamento por não lembrar-me de tudo. Do cheiro da grama da Unesp de Bauru naquele ginásio quente de fevereiro..do nome da tia da cantina, do rosto do senhor da biblioteca e dos recados estranhos que líamos no banheiro inóspito da faculdade. Essa tristeza deve ser a tal da nostalgia batendo no peito. E se o cérebro escolhe por focar no presente, que orgão inventou a nostalgia que contradiz essa decisão em momentos como esse do fim de semana? Talvez seja um "chorinho" do cérebro mesmo ...um brinde para lembrarmos do que somos feitos, quando a gente pára e consegue um suspiro para olhar lá pra trás. Além dos objetos que se tornam queridos, ficaram pessoas que ainda hoje seriam amigas se não fosse o tempo. Às vezes nem mesmo distantes, nem mesmo fora de alcance, apenas por algum acaso separadas de nós, e ao reencontra-las sentimos por não conseguir, mesmo que com muita boa vontade, aquela intimidade solta de um dia.

Aufwiedersehen!

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