E tem mais...

(...)

Um monte de coisa misturada..

quarta-feira, 29 de abril de 2009

sobre distancia e temperatura..."all we need is love!"

Berlin, dia 3 de feveiro, inverno - festival de cinema à solta...sou chamada a uma entrevista, uma jornalista me pergunta o q eu não gosto na Alemanha...eu respondo, tem q ser algo negativo...ela insiste a respeito da aparente frieza alemã...a mesma frieza tão naturalmente aliada à imagem deles...bom, não simpatizo com generalizações, clichês, e estereótipos...são normalmente ignorantes e preguiçosos...mas bem como dizem q "toda brincadeira tem um fundo de verdade", (e eu não acredito nisso totalmente tbm), tenho q assumir, q tanto, clichês, estereótipos e generalizações tendem a sair de um fato comumente observado. (minha professora de Sociologia deve estar se revirando onde qquer q esteja nesse momento...)...realmente esssa é a pergunta mais frequente q me fazem "mas eles não são muito frios, meio sisudos e tal?"

Pensando em tais adjetivos, em tais atributos...acho q a palavra frieza não seria a certa para esse tipo de temperamento.Um exemplo real....minha personalidade por exemplo, não é de uma pessoa essencialmente carinhosa..não tenho o costume de abraçar, beijar, pegar nas pessoas, simplesmente é meu jeito...eu converso com todos, adoro dar risada alta,sou expansiva... mas nesse ponto mesmo eu acabava falhando...sou do tipo q ao falar tchau pro pai no carro, joga a cabeça pra ele beijar...eu era bem desligada pra essas coisas, eu simplesmente não sentia falta, e achava muito contato as vezes excessivo. Bom, como tudo aqui, senti a falta desse "calor"...e como!

Minha primeira família era totalmente alemã...foram meus primeiros quatro meses, o choque foi grande...além de passar as vezes uma semana toda sem falar português nem ao menos uma vez, a não ser escrevendo pelo msn ou aqui no blog, eu passava muito tempo sem nenhum abraço, simplesmente não existe contato direto...é uma sensação muito estranha. As pessoas tendem a supervalorizar o sexo, mas precisamos mesmo é de qualquer contato simples, um toque de mãos, um abraço pelo ombro no andar despropositado jogando conversa fora, um empurrão de brincadeira...isso simplesmeñte não existe...a pequena mal sentava no meu colo. Isso tudo, essa falta, me levou a valorizar o q antes eu achava desnecessário, ou simplesmente ignorava pela frequencia. Então eu diria q eles não são frios, eles são distantes...e posso dizer q eles sentem um certo "ciume" de nós "latinos", por essa proximidade, elees acham maravilhoso, mas não é da natureza deles, só isso.

Hj sinto uma sensação maravilhosa, sou responsável por três crianças, e elas, filhas de mãe brasileira, suprem boa parte dessa minha carência...e isso não tem preço. O olhar do garoto do meio, quando eu o levo pra jogar futebol, ao ficar um tempo no começo assistindo ele brincando com a bola e seus amigos, torcendo por ele, aquele momento q ele faz um chute bonito e olha sorrindo com flagrante cumplicidade pra mim...me procurando...isso não tem preço. Quando eu vou buscar a pequena na escolinha, e passa um cachorrão do lado dela na rua, e ela com medo aperta forte minha mão, essa sensação de proteção não tem preço. A maios velha, quando me confidencia o interesse por um garoto, e me pede dicas de vestuário...ou elogia alguma roupa nova minha, essa admiração não tem preço. É um amor diferente, q eu nunca senti...um amor q protege, q se doa sem pedir nada em troca, mas mesmo assim recebe maravilhosamente o retorno...pessoinhas q entraram na minha vida de forma tão inesperada, e de forma tão simples e despropositada me aceitaram. É algo q realmente vale a pena sentir, apesar de todo o stress, e de todo trabalho.

Então se vcs me perguntam, se esse coração virou manteiga, eu digo q já é praticamente um leite condensado...hj em dia eu valorizo, tudo isso...e quero ainda mais abraços na volta.

Aufwiedersehen!!

2 comentários:

Isa Bela disse...

Christ... Esse post foi realmente tocante, emocionante e verdadeiro..

Mas como ja te disse, vc não vai receber meu abraço. e tenho dito.

lv u!

Diogo Albiero disse...

Van mulher! Vo te enche de abraços... dai sim voce vai sentir qual o significado da palavra excessividade! hehehheh! to zando fia! mas realmente quero te abraça mesmo! to com muita suadade meu!
se cuida ai van!
bjaummm!
te amo muito!