E tem mais...

(...)

Um monte de coisa misturada..

sexta-feira, 26 de março de 2010

A selva molhada de pedra

É sexta-feira. Pela primeira vez na semana, resolvo me dar ao luxo de almoçar fora e me encontrar com uma amiga que há tempos não via (uma semana). O almoço árabe estava ótimo como sempre, pausa para um café em um lugar charmoso, aii...a metrópole. Lá fora de repente nota-se uma movimentação diferente. As pessoas andam depressa, há euforia no caminhar, um tipo de alarme corriqueiro, se é que isso existe. Uma urgência cotidiana para os paulistanos. O céu parece anunciar o fim dos tempos, o apocalipse, ou qualquer outro filme hollyoodiano. É o aviso de chegada da chuva.

Gosto muito, e acho genial o termo usado pelo rei, Bob Marley em uma de suas músicas, "Concret Jungle", um tipo de selva de pedra, nosso habitat não tão natural, mas tão, ou mais perigoso do que a "Nature Jungle".
Desenvolve-se um certo instinto nesse ambiente, em alguns momentos não sei como conseguimos atravessar uma grande avenida, mesmo na faixa de pedestres, mesmo no sinal vermelho para os motoristas, sem sermos atropelados. Há motos por toda parte. Um vento leve na nossa nuca pode significar sinal de perigo, um hábito comum de colocar a bolsa, em qualquer situação junto ao nosso corpo, os vidros dos carros se fecham naturalmente, e assim por diante.

Hoje, no meio de um temporal, e daquela chuva tradicional que vinha de baixo, as ruas eram verdadeiros riachos com ondas, os semáforos estavam quebrados, o caos, mas ao olhar os rostos dessas pessoas na rua, eu não via desespero, medo, nem raiva. Havia aquela fisionomia de quem já se acostumou, de que se resignou e de quem espera a tormenta passar pra continuar a vida. Esquisito foi, me pegar assim como eles, tranquila, no meio de um rio sem fim, na selva de pedra, apenas esperando para continuar o meu dia.Sobrevivida.

Aufwiedersehen!!

Um comentário:

Bianca D'Ottaviano disse...

Amiga!!!!!
Eu vivi isso tbm, depois da nossa despedida...
Amo-te!
Beijos!