E tem mais...

(...)

Um monte de coisa misturada..

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Perto demais...

A arte é algo genial, poucos discordam disso, mesmo por que há vários tipos por ai, vários veículos, se é que assim podemos chamá-los.
Um homem, um artista dos melhores contemporâneos, escreve uma peça teatral. Essa peça faz um sucesso enorme na Inglaterra, ele a adapta para um roteiro cinematográfico. Trabalho praticamente pronto, o bobo diria. Closer, perto demais. Um filme de 2004 que deveria ser visto o máximo de vezes possível, para nós seres humanos, idependente de gênero, nos lembrarmos que podemos pedir sim, muito mais. Para alguns também, assistirem à ilustração de sua covardia e falta de caráter, sua flexibilidade doce sair como um tiro pela culatra ou, pelo contrário, envaidecerem-se de saber exatamente o que querem e não precisarem mentir. Woody Allen muitas vezes relatou em seus filmes, que a pessoa infiel, corrupta, nem sempre é pega ou paga pelos seus erros, o que é um fato. Closer nesse caso, não aponta culpados, maus, bons, inocentes, vítimas, Closer, na figura de dois “coadjuvantes”, escancara algumas “verdades” na nossa cara. Verdades, muitas das quais não queremos saber, por que, como diz a coadjuvante Alice, “Everbody loves a big fat lie” (todos amam uma grande mentira, ou algo do tipo), por que isso nos faz continuar, isso faz a sociedade seguir em sua órbita, em seu suposto equilíbrio. Temos dois estereótipos masculinos, o doce e educado Dan e o “brucutu” grosseiro, Larry. Caricaturas são boas porque palpáveis, mesmo quando não estão em voga, quando pessoas de múltiplas nuances interessam mais, nesse filme vê-se extravasado, os homens que me perdoem, uma tendência a que venho assistindo, uma covardia latente masculina. Porque trair é um ato de covardia, é o ato de mentir em potencial, é falta de força, é falta de convicção, por que a nossa sociedade feliz, ou infelizmente é monogâmica, um fator social que já está tão impregnado no nosso imaginário, que sempre faz magoar quando desrespeitado. Alice representa muitas das mulheres que vejo todo dia, mulheres divertidas, lindas, inteligentes, que se apaixonam, e vivem essa paixão por esses homens covardes, e também estão erradas, por que aceitam essa fachada perfeita, quando o amor não está lá. Como a própria Alice diz, "eu ouço o seu amor, algumas palavras, mas eu não o vejo, eu não o sinto". E é isso, não há culpados, mais uma vez nos habituamos com a covardia, com manter as aparências, cada vez mais, para continuarmos em uma big fat lie, por que a mentira invariavelmente nos deixa felizes. Nesse filme a redenção é dada ao sincero, corajoso e decidido Larry (e seus meios não ortodoxos, um plus de diversão para os telespectadores), e às muitas Alices soltas por ai que continuam vivendo a verdade, por mais difícil que seja.

Aufwiedersehen!

PS:Ver maiores detalhes sobre o filme "Closer" em http://cinemaporvaneide.blogspot.com

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